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Começa a 2ª Semana de Petróleo e Gás da UFRJ

Nesta segunda-feira, dia 11, teve início a 2ª Semana de Petróleo e Gás da Universidade Federal do Rio de Janeiro (SPETRO – UFRJ), evento organizado pelo curso de Engenharia de Petróleo e pelo Capítulo de Estudantes na UFRJ pertencentes à Sociedade de Engenheiros de Petróleo (SPE). A cerimônia de abertura e a palestra inaugural da Semana ocorreram no auditório “Roxinho”, localizado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ).

O objetivo da SPETRO é integrar estudantes dos diversos cursos da Universidade relacionados ao setor de petróleo, além de promover uma troca de experiências com profissionais da indústria. Serão oferecidas, ao todo, seis palestras e quinze mini-cursos, que irão abordar, ao longo da Semana, os temas da atualidade que permeiam a Engenharia de Petróleo.

O professor Luiz Antônio D’Ávila, diretor da Escola de Química (EQ/UFRJ), destacou a importância da ação conjunta entre as unidades do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ) responsáveis por oferecer a habilitação Engenharia de Petróleo; são elas: Escola Politécnica (Poli/UFRJ), Escola de Química e Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ).

– As unidades normalmente são isoladas, mas essa união representa a constatação de que não é mais possível trabalharmos sozinhos, são necessárias parcerias que complementem a formação específica de cada um – afirmou D’Ávila.

Desafios do petróleo

A palestra de abertura da SPETRO discutiu “a Engenharia de Petróleo e seus desafios”, e foi ministrada por Solange da Silva Guedes, engenheira de petróleo e gerente executiva de exploração e produção Norte-Nordeste da Petrobras. Além dos desafios, Solange discorreu sobre a indústria de petróleo – evolução de preços, custos, acesso às reservas e sustentabilidade, oferecendo dados da Petrobras no Brasil.

A indústria do petróleo lida com um recurso não renovável, mas ainda é o grande fornecedor de insumos para a indústria petroquímica, que produz o plástico presente em uma série de produtos do nosso dia-a-dia. A perspectiva, segundo Solange, é um uso mais nobre desse recurso na indústria de plástico, assim como a adoção de biocombustíveis. “Estamos numa era de mudança no uso do petróleo – este deixará de ser queimado, principalmente no que diz respeito a combustíveis”, apontou a engenheira da Petrobras.

Ao falar dos desafios, Solange citou a questão da água resultante do processo de produção do petróleo, que deve ser devidamente tratada, uma vez que é contaminada por óleo e gás. Para ela, a indústria deve estar preparada tecnológica e financeiramente para fazer o descarte ambientalmente correto dessa água, além de buscar novas soluções.

Um ponto fundamental destacado na palestra foi a “Sustentabilidade Coorporativa”. Se os fatores econômico, ambiental e social não estiverem em equilíbrio em uma empresa, esta não consegue se sustentar por muito tempo. “O crescimento econômico deve levar em conta a proteção ambiental, a comunidade e a eqüidade. É preciso transferir benefícios para as comunidades onde as companhias exploradoras de petróleo operam”, destacou a engenheira.

O mercado pede inovação

De acordo com os dados exibidos e citados por Solange, os preços do petróleo duplicaram entre 2004 e 2006, no entanto, os custos de produção também subiram muito, o que mostra uma necessidade de se desenvolver novas tecnologias sustentáveis. Ela informou que, “cada vez mais, exigem-se criatividade e novas soluções relacionadas às concepções vigentes de exploração do recurso”.

O perfil do engenheiro requisitado pelas indústrias, hoje, é o inovador, carregado de novas idéias. Solange explicou que as operadoras de petróleo possuem a mesma capacidade de financiar projetos – o grande diferencial entre elas consiste em seus recursos humanos e sua capacidade de transformar o que está sendo feito.

Além disso, o mercado exige, cada vez mais, que se trabalhe de forma integrada, dominando conceitos de todas as áreas. O engenheiro de petróleo deve possuir habilidades holísticas, sendo conhecedor de todas as funções demandantes da Engenharia relacionada à sua especialidade. “Foi assim que surgiu o curso de Engenharia de Petróleo na UFRJ, de uma interface, de uma ação conjunta entre unidades. O profissional, além de ser especialista, também deve ser global”, afirmou a palestrante.