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Encontro de professores no Projeto Fundão

 Foto: Agência UFRJ de Notícias
 
 Componentes da mesa (E/D): Godofredo de Oliveira Neto,
 Maria Laura Lopes, Ângela Rocha e Waldecir Bianchini

Nos dias 1 e 2 de Junho, o Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IM/UFRJ) promoveu o 31º Encontro do Projeto Fundão. A solenidade de abertura e a palestra inaugural do evento ocorreram na manhã da última sexta-feira, no auditório Roxinho do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ), localizado na Cidade Universitária, campus do Fundão.

Há 24 anos, o tradicional encontro promove a integração entre professores de todos os graus de ensino, nas áreas de Matemática e Ciências, que atuam no Estado do Rio de Janeiro. O evento é uma oportunidade para esses professores conhecerem as pesquisas e grupos de estudo referentes a suas áreas de atuação.

A solenidade de abertura foi presidida por Maria Laura Mouzinho Leite Lopes, professora emérita do IM/UFRJ e uma das coordenadoras do Projeto Fundão. Junto a ela, compuseram a mesa Godofredo de Oliveira Neto, Subsecretário de Planejamento da Educação do Estado do Rio de Janeiro; Ângela Rocha, decana do CCMN; e Waldecir Bianchini, diretor do IM/UFRJ.

Segundo eles, o projeto é uma interface importante entre a universidade e os ensinos fundamental e médio, além de representar uma importante preocupação com a formação contínua do professor: “é o momento no qual a Universidade recebe os professores e estes oferecem em troca suas práticas e experiências pedagógicas”, afirmou Ângela.

O evento ofereceu mesas-redondas sobre questões como a “educação de jovens e adultos” ou “necessidades especiais: inclusão ou exclusão?”, entre outras. Além disso, foram ministrados minicursos e promovidos encontros para comunicações e relatos de experiência.

O assunto do momento
– Mudanças climáticas globais e o Brasil: por que devemos nos preocupar? –  foi o tema da palestra de abertura do 31º Encontro – a equipe organizadora do evento busca sempre apresentar um assunto atual, que desperte interesse e curiosidade nos professores. O convidado para ministrar a palestra foi Carlos Nobre, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e presidente do Programa Internacional da Geosfera-Biosfera (IGBP).

  
 Carlos Nobre, pesquisador do INPE,
falou sobre
mudanças climáticas

Em sua exposição, Carlos não se deteve apenas ao aspecto científico das mudanças no clima do planeta; ele também propôs uma análise e reflexão do aquecimento global, sob uma perspectiva social, política e filosófica. “As mudanças ambientais são desiguais e injustas, e não podem ser separadas das questões de desenvolvimento”, apontou o pesquisador.

Segundo Carlos, os que mais vão sofrer as graves conseqüências dessas mudanças climáticas são aqueles que menos contribuem para o problema. A África e as áreas pobres da América Latina (como o semi-árido do Nordeste brasileiro, por exemplo) podem ter que lidar com a escassez de alimentos, em virtude da inviabilidade da agricultura em determinadas regiões; ou com uma tendência ao desaparecimento da Amazônia Oriental, formando-se savanas, o que representa uma grande perda de biodiversidade.

– O Brasil é um país em desenvolvimento, com altos índices de pobreza e desigualdades sociais, portanto é potencialmente vulnerável às mudanças climáticas -, ressaltou o pesquisador do INPE. Para ele, nosso país precisa reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) vindo dos desmatamentos da floresta tropical, que representa 74% da emissão total. Dados apontados por Carlos mostraram que, entre 2005 e 2006, houve 30% de redução nessa emissão: “Há uma tendência declinante e o Brasil está contribuindo. Reduzir o desmatamento deve ser uma meta nacional”, conclui o pesquisador.