Até o final desse ano a Universidade Federal do Rio de Janeiro deve somar um déficit de R$ 36 milhões, acarretado principalmente, pelas contas da Light e da Cedae. A informação foi apresentada pelo pró-reitor de Planejamento de Desenvolvimento, Carlos Antônio Levi da Conceição durante a plenária de decanos e diretores realizada dia 28 de maio, no Centro de Ciências da Saúde (CCS).
A meta para diminuir essa previsão, segundo o pró-reitor, é zerar a despesa com pessoas físicas, reduzindo a dívida em R$ 4 milhões, “o que significa uma variação pequena em relação ao déficit de 2006”. Os principais itens que produzem essa pressão deficitária são os que decorrem de contrato de serviços que garantem o funcionamento das atividades da instituição.
Segundo o reitor Aloísio Teixeira, um terço do déficit de 2007 é decorrente da conta de energia elétrica. “O que na verdade estamos fazendo é transferir o déficit de 2006, no valor de R$ 9 milhões, para esse ano. Começamos 2007 com uma dívida de R$ 12 milhões com a Light. Isso decorre do aumento da tarifa e também do aumento do consumo por conta de novas instalações, novos laboratórios e equipamentos”. O reitor negociou com a companhia para que os serviços de energia elétrica não sejam cortados.
As contas de água e esgoto também deixaram de ser pagas pela universidade desde 1999, somando um montante “impagável”, segundo Aloísio. “Já estivemos com o governador Sérgio Cabral para negociarmos essas dívidas e agora estamos agendando outro encontro, a fim de propor uma tarifa diferenciada para a universidade e instituições de pesquisa”, declarou o reitor.
Esta seria uma forma de o governo do Estado se envolver com a pesquisa de ponta que se faz no Rio de Janeiro. “Assim, nós poderíamos reduzir nossa despesa de energia. É claro que isso não impede a expansão da universidade”. Para rebaixar o patamar de despesas, Aloísio pediu o apoio articulado dos dirigentes das unidades, pois, segundo ele, a administração central não conseguirá coordenar tais ações sozinha.
– Nós devemos avançar na questão da geração própria de energia. Temos que encontrar uma forma de diminuir as despesas decorrentes da expansão da universidade. Uma alternativa é que sejam incluídos nos projetos recursos próprios para custear despesas com eletricidade e telefonia – sugeriu o reitor.
A proposta não foi muito bem vista por alguns professores na plenária, como Ângela Uller, diretora da COPPE, que achou um absurdo cada professor ou unidade ter que se responsabilizar pelos gastos gerados por um novo laboratório. “Nosso padrão de consumo mudou. O comportamento da sociedade mudou com o avanço da tecnologia. “A responsabilidade financeira pela expansão dos laboratórios não pode ser só das unidades”, afirmou a diretora.
De acordo com opiniões apresentadas pelo reitor e pelos presentes a reunião, há um consenso no que diz respeito à redução dos gastos. Porém, as propostas são divergentes. Na opinião da diretora da COPPE, se há desperdício – e há muito – é preciso verificar. “A única maneira de acabar com isso é informando a cada unidade muito claramente o valor que ela gasta”, concluiu Ângela.