Nem só das atividades do presente é feita a vida da universidade. Foi pensando nisso e na frase de Pierre Bourdier “Uma prática científica que esquece de se pôr a si mesma em causa não sabe, propriamente falando, o que faz” que o Sistema de Bibliotecas e Informação (SIBI) da UFRJ realizou nos dia 3 e 4 de Abril o seminário “Memória, documentação e pesquisa: Universidade e os Múltipos Olhares de Si Mesma” no Auditório Pedro Calmon.
Na sessão solene de abertura estiveram presentes Luiz Antônio Cunha, coordenador do Laboratório de Estudos da Universidade (LEU) do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH/UFRJ), Paula Maria Cotta de Mello, coordenadora do SIBI, Maria de Lourdes Fávero, coordenadora do Programa de Estudos Documentação Educação e Sociedade (PROEDES/UFRJ), Antônio José Barbosa, do projeto memória do SIBI, o coordenador do Fórum de Ciência de Cultura (FCC), professor Carlos Tannus e Laura Ribeiro Tavares Soares, representando o reitor em exercício, José Luis F. Monteiro.
Segundo Paula Mello, coordenadora do SIBI, a realização deste, que é o segundo seminário do projeto, é um sucesso. “Há que se estabelecer políticas de financiamentos, tanto públicos quanto privados para salvaguardar os patrimônios e acervos, materiais e imateriais, tão espalhados e fragmentados em nossa universidade. O equacionamento entre a consciência da necessidade e os recursos para tal ainda é um desafio a ser superado. Entretanto, sabemos que, ao nos colocarmos como defensores, guardiões e difusores de acervos memorialísticos, assumimos grande responsabilidade perante as futuras gerações. O direito à memória é um direito de cidadania”, diz.
Na abertura do segundo dia, Jaime Antunes, diretor do Arquivo Nacional, falou da importância de se preservar a documentação e contou um pouco da história do órgão que dirige. A instituição, que hoje funciona na Praça da República 173, tem como função recolher, guardar e manter a documentação produzida pelo Poder Executivo (o Arquivo Nacional é ligado ao Ministério da Casa Civil), embora também abrigue alguns documentos provenientes do Judiciário e do Legislativo.
O projeto Memória, além de prever futuramente a edição de livros, a realização de exposições com os acervos da universidade (já disponibilizados ao público através da Base Minerva) e de mais seminários, está também propiciando a criação do Grupo de Pesquisa Memória e Documentação (GPMD/UFRJ), de natureza multidisciplinar.