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Transtorno Obsessivo Compulsivo é assunto para debate

O Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) recebeu, na manhã do dia 20, o professor Cary Savage, da Escola de Medicina da Universidade do Kansas, como palestrante da sessão de estudos promovida pelo Instituto com o tema Trantorno Obsessivo Compulsivo (TOC): uma abordagem da neurociência cognitiva.

Segundo Savage, os primeiros estudos com neuro-imagem funcional, através de ressonância magnética, desvendaram as áreas cerebrais relacionadas ao TOC, provando que o transtorno tem origem neurobiológica. A partir dos estudos mais aprofundados, o professor da universidade de Kansas percebeu que a maior parte das dificuldades dos pacientes com TOC está nas tarefas complexas que exijam estratégias escondidas, como a memorização. Com isso, ele provou que os problemas de memória desse tipo de paciente têm origem que os torna secundários em relação a ela.

Cary Savage apresentou os testes que fez com indivíduos com TOC e controlados, explicando como se dá a estratégia organizacional de cada um dos diferentes grupos. Um dos testes consiste inicialmente na apresentação de um emaranhado de formas geométricas aos testados. Em seguida, a eles é pedido que se faça uma cópia do que eles estavam vendo. No grupo de indivíduos controlados era possível identificar uma estratégia de memorização a partir da divisão do emaranhado em blocos principais: primeiro desenhavam o grande retângulo, depois as diagonais, horizontais e verticais principais e assim por diante. Já os pacientes com TOC não tinham a capacidade de enxergar os blocos principais, dificultando a execução da tarefa.

Com base em testes realizados, Savage diferenciou o Transtorno Obsessivo Compulsivo da Esquizofrenia. Submetidos a tarefa de redesenhar o emaranhado de formas geométricas, pacientes com TOC e esquizofrênicos se comportam da mesma maneira, sem estratégia organizacional. Entretanto, se alguém ensinar aos dois grupos tal estratégia, os indivíduos com TOC serão capazes de executar a tarefa com o mesmo resultado de uma pessoa livre do transtorno, enquanto que os esquizofrênicos persistirão desorganizados, sem estratégia.