A conferência “A Questão do Entusiasmo na Ação: a Shraddah” foi ministrada por Rubens Turci, doutor em Ciências Sociais pela Universidade McMaster e mestre em Filosofia pelo IFCS/UFRJ. Por iniciativa do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência (NETCCON) da Escola de Comunicação (ECO), o tema focou a importância do entusiasmo nas ações e reações aos problemas e misérias do mundo contemporâneo, dando como exemplo grandes líderes de todos os tempos, como Jesus Cristo, Joana D´arc, Gandhi e Martin Lutherking.
Segundo Rubens Turci, entusiasmo é estar com Deus em espírito, é, como Gandhi dizia, a força que está no coração, é a consciência que cada pessoa tem. “O entusiasmo é a última instância que devemos recorrer quando estamos diante de um questionamento”, ensina Turci. A primeira é um livro sagrado. “São muitas as escrituras sagradas, às quais as pessoas recorrem procurando sabedoria”,comentou. A segunda, é um estudioso de um desses livros, já que a interpretação nem sempre é feita com facilidade. Em seguida, pensar qual seria a postura de exemplos históricos como Jesus e Gandhi frente a esse questionamento. Por último, quando não se obtém uma resposta em nenhuma dessas instâncias, recorre-se ao entusiasmo.
Esse pode levar à desobediência civil, e assim deveria ser em situações como guerras. “Não dá para aceitar um soldado nazista deixar a guerra dizendo que fez as barbaridades que fez porque tinha de responder ao exército”, refletiu o doutor que acredita que entusiasmo (vontade da consciência) e ações de uma pessoa não devem apontar para direções opostas.
A dicotomia entre a não-violência e a passividade foi abordada na conferência a partir dos últimos acontecimentos de violência que o Brasil tem vivido. “Estamos todos indignados, mas ninguém quer dar o primeiro passo. Enquanto isso, vamos assistindo esse país de preconceitos, esse país que visa combater os efeitos e não as causas para tanta violência”, exemplificou Turci. Para ele, quando o indivíduo tem total controle de seu entusiasmo, é capaz negar seu dominador.