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Simpósio sobre Pesquisa Ocular no CCS

No último dia 30 de março, o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e o Departamento de Oftalmologia da UFRJ promoveram um simpósio sobre pesquisa ocular, no auditório “Quinhentão”. Das 8h às 18h30, diversos palestrantes falaram sobre linhas de pesquisa, investigações científicas e inovações nesta área. Foram abordados temas como “O papel atual dos cursos de mestrado e doutorado”, “A visão da universidade não estatal e centros privados” e “O papel das agências de fomento”, entre outros.

O professor Harley Bicas, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, discursou sobre “A Política da Ciência e Tecnologia na Atualidade”. Ele iniciou sua apresentação diferenciando estudo, que trata apenas de recepção de conhecimento, e pesquisa que envolve criatividade e inovação. Disse ainda que existem dois tipos de pesquisa: a aplicada, que lida com a criação de técnica e métodos novos, e que geralmente é feita de forma independente e pessoal; e a básica, que depende de realização coletiva.

Harley falou também sobre o tipo de fomento recebido a pós-graduação no Brasil que, segundo ele, cria alguns constrangimentos. “As tantas exigências que estas instituições fazem podem esterilizar uma produção. Temos um grupamento relativamente pequeno para julgar trabalhos, enquanto na Europa sobra”, afirma.

O professor elogiou o indexador nacional de periódicos científicos, o Scielo, e fez uma crítica aos pesquisadores brasileiros, que às vezes dão mais valor a indexadores internacionais. Além disso, Bicas criticou também o estímulo que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) oferece aos pesquisadores para publicarem seus trabalhos no exterior. “O CNPq valoriza as pesquisas que são publicadas em revistas internacionais. Isso é ruim para o próprio Brasil. Não temos o retorno do dinheiro investido em pesquisa ao povo brasileiro. Pesquisa-se apenas aquilo que interessa às revistas internacionais, para que os artigos sejam aceitos”.

Bicas finalizou seu discurso reafirmando a valorização que precisa ser dada às pesquisas publicadas no Brasil. “Podemos fazer muito pelo Brasil, mudando a mentalidade dos brasileiros. Nossa ciência precisa ser voltada para nós mesmos, e não para inglês ver”, completou o professor.