O segundo debate eleitoral da Chapa 10, composta pelos professores Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas, que concorrem à reeleição para a Reitoria da UFRJ no pleito de 2007 (2, 3 e 4 de abril), teve como um dos motes principais a discussão acerca das condições de transporte e de segurança no campus da Ilha do Fundão. Os alunos, docentes e técnicos-administrativos que compareceram ao Auditório do Centro de Tecnologia (CT), no dia 27 de março, puderam reivindicar mudanças e ouvir as propostas dos candidatos para a melhoria desses serviços.
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Embora reconheçam os significativos avanços verificados de 2003 a 2006 na segurança do campus do Fundão, os presentes enfatizaram a necessidade de mais investimentos nesse setor: “Há êxitos, mas não podemos esquecer de dar segurança às pessoas que moram e estudam aqui também nos finais de semana”, alertou Bruno, estudante da Faculdade de Letras (FL) e morador do Alojamento Estudantil.
Os estudantes presentes ao encontro destacaram ainda as dificuldades de transporte enfrentadas no caminho até a Cidade Universitária e lembraram que a maior iniciativa, realizada nos últimos quatro anos, foi a implantação da linha de integração ônibus-metrô. Como contribuição ao debate, os alunos sugeriram a criação de um plano-diretor de transporte que pudesse incluir a universidade.
Aloísio Teixeira afirmou a importância de refletir sobre a questão da condução coletiva na Ilha do Fundão, mas pontuou que não é responsabilidade da universidade organizar o sistema de transporte do estado do Rio de Janeiro: “Sabemos que algumas iniciativas já estão ultrapassadas. Diante disso, realizamos reuniões com Arolde Oliveira, secretário de Transportes, nas quais sugerimos a criação de uma outra integração ônibus-metrô e de linhas especiais para localidades de difícil acesso”, informou o candidato.
As iniciativas de interiorização da UFRJ, concentradas, principalmente, na construção do Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (Nupem), também foram discutidas no debate eleitoral. Ismael Soares, professor do Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica, criticou a instauração do curso de Engenharia de Produção em Macaé. De acordo com o docente, por ser um curso de relação candidato X vaga alta, ele pode atrair jovens da cidade do Rio de Janeiro em detrimento dos alunos do interior.
Já Gonçalo Guimarães, coordenador da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), enfatizou, durante o evento, a necessidade de a UFRJ resgatar, nos próximos anos, seu papel político junto à sociedade do estado: “Nosso papel político está esvaziado. Nossos pesquisadores já não têm mais orgulho de ser UFRJ. Precisamos pensar em como despertar uma identidade geral, uma identidade da UFRJ na comunidade acadêmica nos dias de hoje”, alertou Gonçalo.
Modelo de gestão permanecerá
Neste segundo debate, Aloísio Teixeira foi enfático ao declarar a continuidade do modelo democrático na sua próxima gestão. O professor garantiu que as ações da reitoria serão pautadas pela transparência e pela tolerância às divergências. Além disso, o docente da Faculdade de Economia ressaltou a importância de a próxima administração estimular as políticas de assistência estudantil, através de avanços nas questões referentes a bibliotecas, restaurantes universitários e alojamento estudantil.
Para Sylvia Vargas, a inscrição de uma chapa única para o pleito de 2007 denota a aceitação da gestão passada pela comunidade universitária: “Não acredito que isso seja sinal de uma apatia dos docentes. A universidade nos aceitou, por isso nosso estilo de gestão deve permanecer. Vamos manter a maneira respeitosa de lidar com os fóruns formais e informais de discussão, priorizando sempre o diálogo com todos os segmentos dessa instituição”, sublinhou a candidata.