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Balanço dos debates eleitorais na UFRJ

Nos debates dos dias 26 e 27 de abril, Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas não só fizeram um balanço da gestão passada como também expuseram as principais metas da próxima administração. Confira os tópicos discutidos nos encontros e as propostas dos candidatos à Reitoria da UFRJ.

 Nos dias 26 e 27 de março, Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas, candidatos da Chapa 10, única concorrente à reitoria da UFRJ nas eleições de 2, 3 e 4 de abril, foram à Praia Vermelha e ao auditório do Centro de Tecnologia (CT) para apresentar aos membros da comunidade universitária as principais propostas para o próximo quadriênio da universidade.

Nos debates, Aloísio Teixeira fez um balanço do período em que esteve à frente da administração central da UFRJ, elegendo o caráter democrático como o ponto alto de sua gestão. O reitor citou as iniciativas da “Plenária de Decanos e Diretores” e da “Reitoria Itinerante” como parte do esforço para ampliar o espaço de debates na universidade.

O professor foi enfático ao declarar a continuidade do modelo democrático na sua próxima gestão. Aloísio garantiu que as ações da reitoria serão pautadas pela transparência e pela tolerância às divergências. Além disso, o docente da Faculdade de Economia ressaltou a importância de, na próxima administração, haver mais estímulos às políticas de assistência estudantil, através de avanços nas questões referentes a bibliotecas, restaurantes universitários e alojamento estudantil.

Para Sylvia Vargas, a inscrição de uma chapa única para o pleito de 2007 denota a aceitação da gestão passada pela comunidade universitária: “Não acredito que isso seja sinal de uma apatia dos docentes. A universidade nos aceitou, por isso nosso estilo de gestão deve permanecer. Vamos manter a maneira respeitosa de lidar com os fóruns formais e informais de discussão, priorizando sempre o diálogo com todos os segmentos dessa instituição”, sublinhou a candidata.

O orçamento participativo, a transparência na prestação de contas e o expressivo aumento no número de bolsas para estudantes da Graduação também foram mencionados por Aloísio Teixeira como êxitos da sua administração. “Não somente aumentamos o montante global de bolsas como também criamos e recuperamos outras modalidades, como a Bolsa Extensão, a Bolsa de Iniciação Artística e Cultural, a Bolsa de Alojamento. O sistema de bolsas da UFRJ é o maior e melhor programa de bolsas do Brasil, o que mostra a nossa preocupação com a Graduação e a Assistência Estudantil”, ressaltou o candidato.

O professor discorreu sobre duas metas de sua gestão que não puderam ser plenamente concretizadas: a construção do restaurante universitário e a qualificação do corpo técnico-administrativo da instituição. Embora tenham existido políticas de capacitação dos servidores, Aloísio Teixeira avalia que o ideal seria oferecer subsídios para os funcionários avançarem tanto na Educação Profissional como na Formal: “Não tenho a pretensão de ter feito tudo da melhor maneira possível, mas estou certo de que todas as questões importantes foram problematizadas na UFRJ. A nossa proposta é iniciar novos projetos e dar, ao mesmo tempo, continuidade ao que já estamos fazendo. Queremos reforçar as práticas democráticas, lutar pela ampliação do orçamento, consolidar e ampliar as políticas de assistência estudantil e, principalmente, responder ao desafio da democratização do acesso”, afiançou.

Sugestões e comentários da comunidade

As observações dos funcionários técnicos-administrativos durante os debates focaram o método de discussão do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), documento apresentado pela reitoria nas congregações de todas as unidades da universidade no segundo semestre de 2006. Os servidores elogiaram a iniciativa da construção coletiva do plano, que, ao ser aprovado, guiará, por cinco anos, as ações estratégicas da instituição. A crítica principal, no entanto, residiu no fato de que, em alguns institutos, a discussão se resumiu aos docentes, deixando de fora estudantes e funcionários.

Os estudantes presentes aos encontros destacaram as dificuldades de transporte enfrentadas no caminho até a Cidade Universitária. Como contribuição ao debate, os alunos sugeriram a criação de um plano-diretor de transporte que pudesse incluir a universidade. Eles sublinharam ainda a necessidade de reformas no prédio do alojamento estudantil, a construção de restaurantes universitários e a necessidade de mais investimentos em segurança: “Há êxitos, mas não podemos esquecer de dar segurança às pessoas que moram e estudam aqui também nos finais de semana”, alertou Bruno, estudante da Faculdade de Letras (FL) e morador do Alojamento Estudantil.

Já os docentes, além de avaliarem a primeira gestão de Aloísio Teixeira, problematizaram questões relativas à expansão física da universidade, à interiorizaçao de conhecimento e à dinamização da vida cultural no campus do Fundão. Enéas Valle, por exemplo, sugeriu a implantação de um Centro Cultural na ilha, que disponibilizasse videotecas e espaços de exibição de Arte e Ciência. De acordo com o professor da Escola de Belas Artes, iniciativas como essa contribuiriam para a integração de alunos e docentes.

A consulta eleitoral acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de abril. O professor Edwaldo Cafezeiro, presidente da Comissão Coordenadora da Pesquisa Eleitoral, aproveitou a oportunidade dos debates para destacar o esforço da Comissão em divulgar a consulta junto à comunidade universitária e frisar a importância de comparecer à votação: “Espero que todos estejam prontos para irem às urnas, seja para votar ou para anular. Esse é, sem dúvida, o caminho para que possamos construir a universidade que queremos”, destacou.

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