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União civil, adoção e relações homossexuais

A Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ deu início ao Ciclo de Debates Interlocuções: Serviço Social e Cultura que pretende destacar diversos temas ao longo do ano. O primeiro encontro, realizado no dia 23, discutiu a "União civil, adoção e relações homossexuais" a partir da leitura de trechos da tese da pesquisadora convidada Anna Paula Uziel do Instituto de Psiquiatria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Segundo Anna Paula, a visibilidade aos homossexuais se deu a partir dos anos 90, com os alarmantes índices da AIDS. O preconceito, nessa época, passou a ser mais debatido, “a diferença entre a descriminação sexual e a racial é que a de sexo vem de dentro de casa, começa na família”, comentou a pesquisadora.

Anna Paula expôs as conclusões de sua tese sobre conjugalidade e parentalidade nas relações homossexuais, tiradas a partir de uma pesquisa realizada entre líderes de movimentos sexuais cariocas. A conjugalidade, união civil, é uma “bandeira” política para os casais do mesmo sexo, mas não é uma prioridade. “Para eles, conjugalidade é luxo em uma sociedade tão preconceituosa”, explicou. Já a parentalidade é vista como algo privado, uma vontade de cada um.

Tanto conjugalidade e parentalidade são mais do que conceitos. São “bandeiras” que muitos homossexuais levantam como direito, sendo nos poderes judiciários e legislativos onde eles recorrem.

Anna Paula falou que os saberes estão preocupados com essa questão, chamando a atenção para a importância da participação do Serviço Social e da Psicologia nesse debate, propondo soluções.

Este ciclo é uma iniciativa da área de Cidadania, Cultura e Serviço Social da Pós-graduação em Serviço Social da UFRJ . O próximo encontro será no dia 20 de abril com o tema Cidadania e Segregação Social. A programação pode ser acessada no site da ESS, www.ess.ufrj.br.