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“Continuar, ousar e mudar”

 “Continuar, ousar e mudar”. Este é o tripé que sustenta a campanha dos candidatos à reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nos anos de 2007 a 2011. Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas, candidatos aos cargos de reitor e vice-reitora, partem para um segundo mandato com a proposta de dar continuidade à política de gestão por eles adotada de 2002 a 2006: ousar nas propostas de melhoria da universidade e buscar mudanças em relação aos entraves que impedem a UFRJ de avançar.

Para discutir as propostas da Chapa Dez, foi realizado um debate, dia 16 de março, no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). Na abertura, Aloísio demonstrou estranheza por haver uma chapa única: "trata-se de algo inédito; desde 1985 há consulta à comunidade para escolha do reitor e o vice, o mínimo que existiam eram três chapas na disputa aos cargos". A estranheza, no entanto, se reverte em alívio. "Disso, eu concluo que a minha gestão não foi um fracasso, ao menos um fracasso completo, porque, senão, certamente outras chapas teriam se apresentado", destaca o candidato.

Além do clima de paz dentro da universidade, que permitiu que as diferenças fossem postas sem medo de represálias, outra conquista de sua gestão, que o candidato ressaltou, foi a normalização da vida institucional, com a recuperação das atribuições do Conselho Universitário. Segundo ele, a afirmativa pode ser comprovada com a discussão e aprovação do orçamento anual da UFRJ, que foram negligenciadas durante um bom tempo na universidade. "Esta tarefa, que cabe ao Conselho, não consta em nenhuma das atas anteriores. Nos anos que participei do Conselho, nunca o orçamento foi discutido", afirma Aloísio.

Após enumerar as conquistas, os candidatos se comprometeram com a realização dos projetos que não foram concretizados, como a construção do restaurante universitário – que deverá ficar pronto em 2008. Também colocaram em pauta, como discussão central para os próximos quatro anos, a educação no Brasil, que apresenta estatísticas perversas de acesso ao ensino superior. "A universidade tem que pensar a melhor forma de estruturação acadêmica, estruturação dos seus cursos, para que possa receber o número crescente de estudantes, cada vez mais negligenciados", declarou Aloísio.

No debate, questões antigas e sempre presentes foram postas como desafio. Entre elas, a falta de infra-estrutura da universidade para receber e abrigar alunos de pós-graduação vindos de outros estados e de outros países, assim como alunos de graduação que precisam de auxilio para levarem seus cursos adiante. O reitor reconheceu a precariedade em infra-estrutura e a falta recursos para tal fim no orçamento. Porém, propôs que se buscassem outros meios além do orçamento, sendo um deles o auxílio de parceiros da UFRJ, como o Banco do Brasil, que cedeu verbas para a construção do restaurante universitário.

A mediadora do debate, Ângela Maria Uller, diretora da Coppe, ressaltou também um problema de toda a universidade, mas em especial da unidade que representa: a questão de reposição dos professores e funcionários técnico-administrativos que se aposentam, acarretando uma carência de funcionários, dada a falta de concursos públicos para novas admissões. A este respeito, Aloísio afirmou: "a universidade deve comprar esta briga e mostrar ao MEC que este problema lhe diz respeito também. O MEC quer a autonomia universitária, então, eles têm que defender a universidade junto aos governos".

Apesar do resultado das eleições já ser de conhecimento geral, devido à existência de chapa única, a candidata Sylvia Vargas alertou os presentes para a importância de que todos compareçam às urnas, nos dias 2, 3 e 4 de abril para darem seu voto. "Há um adversário que nos coloca medo: a abstinência, ou seja, os votos em branco ou simplesmente a não ação", diz. Em defesa de sua candidatura, Sylvia lembrou que a experiência pelos reitores acumulada permitiu que eles conhecessem a universidade e a mapeassem, de forma a atuar com eficiência em prol dos interesses da instituição.