Na última quarta-feira, dia 28 de fevereiro, a decania do Centro de Tecnologia (CT) realizou uma reunião para discutir a coleta e destinação de resíduos sólidos. Já existem algumas iniciativas isoladas de coleta no CT, e a idéia é unificar essas ações para todo o Centro.
“Uma das motivações é o decreto presidencial que trata, justamente, da separação dos resíduos recicláveis por órgãos federais”, declara o professor Walter Issamu Suemitsu, decano do CT. Segundo o Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006, as entidades públicas deverão implementar a separação de resíduos recicláveis descartados na fonte geradora, destinando-os para a coleta seletiva solidária.
Estiveram presentes na reunião: representantes das unidades; o professor Walter, decano do CT; o professor Hilton Magalhães, superintendente do centro; e Jorge Artur, consultor das organizações de catadores de materiais recicláveis do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), entre outros.
Além de discutir a proposta de implementação da coleta seletiva e da reciclagem, visando à manutenção do meio ambiente, o professor Gonçalo Guimarães, da Coppe/UFRJ, exibiu um vídeo, feito por alunos da Escola de Comunicação (ECO), que mostrou aos presentes a situação das praias do Fundão, poluídas graças a resíduos como garrafas PET, que podem e devem ser reaproveitadas.
Foram colocados em pauta diversos projetos e sugestões, que incluem a realização da Semana da Reciclagem no CT, a fim de conscientizar estudantes e demais presentes no Centro a fazer o descarte seletivo, e a criação de um departamento responsável pela gestão de resíduos.
Outra questão debatida foi a necessidade de fortalecer e organizar o processo de catação de lixo, que já existe no campus do Fundão. Através do credenciamento dos catadores de lixo e sua profissionalização, incluindo a mudança de nome do cargo (o “catador de lixo” passaria a se chamar “agente ambiental”) e carteira assinada, esses trabalhadores, que buscam sua subsistência no lixo que recolhem, seriam estimulados a contribuir para a preservação ambiental.
Cuidados que já estão em ação
Diariamente, são produzidas toneladas de lixo na UFRJ. No CT, os trailers e lanchonetes são responsáveis por grande parte da geração de resíduos. Faltam lixeiras espalhadas ao longo dos corredores, o que facilita o descarte de lixo pelo chão das unidades.
Já existem projetos no CT que envolvem o cuidado com o lixo. No Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA), uma das unidades do Centro, há um programa de coleta seletiva com foco, de início, nos resíduos perigosos. Elen Vasques Pacheco, professora do IMA, explica que para a coleta e descarte desses resíduos, devido à periculosidade, são necessários transportes e destinos seguros, controlados pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA).
O instituto observou, dentre outros problemas, que a prática de descarte dos resíduos líquidos nas pias dos laboratórios, resultantes das reações químicas, acabaram por corroer e danificar os canos de esgoto do IMA. Com isso, muitas substâncias vazavam, contribuindo para a poluição da Baía de Guanabara.
Hoje, no IMA, o Programa de Gestão Ambiental realiza a coleta seletiva de resíduos orgânicos líquidos (clorados e não-clorados), resíduos oleosos, de recipientes de vidro, garrafas de PET, papel e termômetros. Muitos resíduos comuns, como papel e plástico, são doados para os próprios funcionários de manutenção do Instituto, que vendem esse material como forma de aumentar a renda mensal.
Outra iniciativa em andamento é o projeto Uso Consciente de Resíduos (Prucore), do Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec), vinculado à Escola Politécnica. Neste projeto, junto ao Laboratório de Instrumentação e Fotônica da Coppe/Poli (LIF) e ao Laboratório de Fontes Alternativas de Energia (LAFAE), o objetivo é incentivar e articular uma gestão integrada de resíduos na Ilha do Fundão, junto aos catadores de lixo da Vila Residencial da UFRJ.