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Estudantes de Medicina buscam inovação no ensino

Grupo de estudantes da Faculdade de Medicina reivindica institucionalização das Ligas Acadêmicas.

A fim de integrar o ensino do currículo regular com uma atividade que aproxime o aluno de sua especialidade médica de maior interesse, um grupo de estudantes da Faculdade de Medicina da UFRJ (FM) mobiliza-se em prol da criação institucionalizada das Ligas Acadêmicas. Para pôr em prática o projeto, que consiste em reuniões que desenvolvam trabalhos médico-científicos práticos e teóricos, na última terça-feira, 6 de fevereiro, os jovens encontraram-se com o professor Lúcio Pereira de Souza, coordenador do curso de Medicina.

Hélder Vilela, presidente da Liga Acadêmica de Trauma e Emergência, explica que, no Brasil, as Ligas estão mais difundidas em torno das áreas de saúde, principalmente, na médica. As atividades, sem fins lucrativos, vão desde palestras teóricas até treinamento prático e ações junto à comunidade; tudo sob supervisão de profissionais ou docentes.

Muitas Instituições de Ensino Superior brasileiras, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), já incorporaram as atividades das Ligas como atividade curricular reconhecida e registrada no histórico dos estudantes. Na UFRJ, ainda não existe uma posição a respeito.

– A questão da institucionalização está em discussão junto à direção e aos demais órgãos responsáveis. Acredito que este processo de reconhecimento das Ligas e, possivelmente, a criação do Departamento Científico dentro da estrutura do Centro Acadêmico Carlos Chagas (Medicina) estimulará ainda mais os alunos a se reunirem frente a um tema de interesse e criarem novas Ligas Acadêmicas. Isto demonstrará a vontade e a busca de conhecimento por parte do corpo discente – opina Hélder, que vê nesse movimento a oportunidade do fim da hegemonia do tradicional ensino passivo.

Henrique Cal, da diretoria da Liga Acadêmica de Neurologia, acredita que as portas estão abertas para a implantação desse projeto, já que o PDI – Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional – prevê a flexibilização curricular, experiências pedagógicas e modalidades científicas novas.

Lúcio Pereira confirmou o entusiasmo informando que a iniciativa é vista com bons olhos pela direção da FM. O professor ressalta que é a partir do corpo discente que as políticas pedagógicas devem ser modificadas.

– O aluno, através desse programa, pode unir Ensino e Pesquisa. Faz com que ele gere conhecimento e tenha capacidade crítica – defende o coordenador de graduação.