Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), caracterizada por microcefalia, dismorfias craniofaciais e retardo mental, além de outros sinais e sintomas como malformação cardíaca e baixo peso, decorre do eventual abuso do álcool durante a gravidez, predominantemente, nos primeiros três meses.

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Os Perigos do Álcool para o Feto

Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), caracterizada por microcefalia, dismorfias craniofaciais e retardo mental, além de outros sinais e sintomas como malformação cardíaca e baixo peso, decorre do eventual abuso do álcool durante a gravidez, predominantemente, nos primeiros três meses.

  

Dr. José Mauro Braz de Lima, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ, explica que a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), caracterizada por microcefalia, dismorfias craniofaciais e retardo mental, além de outros sinais e sintomas como malformação cardíaca e baixo peso, decorre do eventual abuso do álcool durante a gravidez, predominantemente, nos primeiros três meses.

"Considera-se que a ocorrência de aborto e parto prematuro pode ser consequência de maior comprometimento fetal como um todo. A incidência de SAF é estimada em um em cada mil nascimentos e o abuso de álcool durante a gravidez produz um risco de 30% a 50% de possibilidade de lesões fetais em relação às mães que não bebem neste período".

Segundo José Mauro,  o quadro mais problemático é aquele nos quais lesões mais graves não são observadas, e, sim, discretas alterações cerebrais. Em casos assim, com o crescimento natural, a chegada da idade escolar e as exigências mais complexas, verificam-se sinais de certa imaturidade cerebral. Estima-se que, nestas situações, muitas crianças possam apresentar distúrbios cognitivos e comportamentais relacionados com pequenas alterações resultantes da ação do álcool sobre o cérebro fetal.

Especialistas afirmam, que manifestações neurocognitivas semelhantes à Síndrome de Déficit de Atenção (DAS), com ou sem hiperatividade, podem ser secundárias à ação de etanol sobre o cérebro em formação embrionária. E não seria necessário grande consumo de bebidas alcoólicas pela mãe, mas eventuais abusos ou uso continuado acima do recomendado. "Deve-se chamar atenção para isso, pois a crença popular, partilhada por muitos profissionais da saúde, não vê problema no uso de bebidas alcoólicas durante a gravidez", ressalta o professor.

Na opinião de alguns autores, o álcool seria uma das principais causas de déficit neurocognitivo nas crianças em idade escolar, caracterizado, sobretudo, por déficit de atenção e distúrbio de conduta (ansiedade, resistência a absorver regras sociais, compulsividades, irritabilidade, maior dependência). As consequências são graves. O baixo rendimento escolar, por exemplo, causando repetência e exclusão da escola, é um dos fatores favoráveis para o surgimento de comportamento anti-social, delinquência e adesão às drogas e ao crime. Esta situação é evitável pelo trabalho de prevenção.

Portanto, as bebidas alcoólicas consumidas na gravidez podem representar um fator de risco significativo a ser melhor considerado por todos nós. Já existem centros, como o da Universidade de Washington e o da Universidade de Lille (Centro Hospitalar de Tourconing), nos Estados Unidos, que vêm desenvolvendo importantes trabalhos neste campo. No Brasil, o problema vem despertando maior atenção com a vinda de especialistas estrangeiros a encontros organizados por universidades. "Os brasileiros são um dos maiores consumidores de bebidas alcoólicas do mundo e aqui a cerveja contém a mesma quantidade de álcool puro por dose-padrão: uma caneca de chope equivale a taça de vinho, a uma dose de cachaça ou de uísque" – finaliza José Mauro .