O fim do vestibular, a implantação de Bacharelados Interdisciplinares (BIS) e proposta ao MEC de reestruturação do Conselho Técnico do Enem. Essas foram algumas das questões discutidas por 12 reitores, representantes do Ministério e de quase todas as Instituições Federais de Ensino Superior durante o I Seminário Nacional da Universidade Nova, nos dias 1 e 2 de dezembro, em Salvador. O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi representado pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento da Educação Superior (Dedes), Manuel Palácios, que manifestou apoio ao projeto da Universidade Nova. A superação dos departamentos e a redefinição da extensão acadêmica foram outros pontos debatidos no evento, que contou com mais de 200 inscritos.

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I Seminário Nacional da Universidade Nova

O fim do vestibular, a implantação de Bacharelados Interdisciplinares (BIS) e proposta ao MEC de reestruturação do Conselho Técnico do Enem. Essas foram algumas das questões discutidas por 12 reitores, representantes do Ministério e de quase todas as Instituições Federais de Ensino Superior durante o I Seminário Nacional da Universidade Nova, nos dias 1 e 2 de dezembro, em Salvador. O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi representado pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento da Educação Superior (Dedes), Manuel Palácios, que manifestou apoio ao projeto da Universidade Nova. A superação dos departamentos e a redefinição da extensão acadêmica foram outros pontos debatidos no evento, que contou com mais de 200 inscritos.

 Fonte: UFBA em Pauta

O fim do vestibular, a implantação de Bacharelados Interdisciplinares (BIS) e proposta ao MEC de reestruturação do Conselho Técnico do Enem. Essas foram algumas das questões discutidas por 12 reitores, representantes do Ministério e de quase todas as Instituições Federais de Ensino Superior durante o I Seminário Nacional da Universidade Nova, nos dias 1 e 2 de dezembro, em Salvador. O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi representado pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento da Educação Superior (Dedes), Manuel Palácios, que manifestou apoio ao projeto da Universidade Nova. A superação dos departamentos e a redefinição da extensão acadêmica foram outros pontos debatidos no evento, que contou com mais de 200 inscritos.
 
O reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, destacou a importância do encontro: “A Universidade Federal da Bahia e o reitor Naomar tiveram uma grande iniciativa, que ataca o problema fundamental da universidade brasileira, que é a sua estruturação como unidade de formação profissional. Acho que uma das características do mundo de hoje é que nós vivemos um processo de universalização da educação superior. Isso, claro, não é perceptível no Brasil. Nós sequer universalizamos o ensino médio; mas em países da Europa e nos Estados Unidos, os percentuais de jovens que freqüentam a universidade já são superiores a 60%”.

Para Aloísio “é claro  que uma estrutura de educação superior capaz de receber a totalidade dos jovens tem que ser diferente. A primeira coisa que salta aos olhos é que ter um diploma universitário não significa ter uma habilitação para o exercício de uma profissão. Nem todas as profissões exigirão uma formação universitária, mas [o diploma] é indispensável à cidadania, à própria empregabilidade, assim como para a formação cultural dos cidadãos”.
 
Para o reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, um dos idealizadores do projeto, o encontro excedeu as expectativas. Segundo ele, é consenso que os Bacharelados Interdisciplinares devem ser aplicados a todos os estudantes de ensino superior. Os BIs são integrados por cursos de três anos em áreas como saúde, artes e humanidades. Todos os estudantes teriam que freqüentá-los antes de iniciar o curso superior de formação específica. “Apesar dessa definição, ainda não chegamos à conclusão de quantas serão essas grandes áreas do conhecimento”, explica Naomar. A idéia é partir de quatro áreas (ciências, humanidades, artes e tecnologia), mas há quem defenda até sete, incluindo saúde, ciências da natureza e ciências humanas e sociais, completa o reitor da UFBA.
 
O Seminário estabeleceu que o vestibular, da forma como é aplicado hoje, seria descartado como instrumento de acesso aos cursos da Universidade Nova. “Como prevemos dobrar a capacidade de estudantes nas universidades com a reforma, existe a possibilidade de adotarmos o ENEM como processo seletivo, desde que feitas algumas alterações no exame”, destaca Naomar. Representantes das instituições que adotarem os conceitos da Universidade Nova deveriam fazer parte do conselho, para que o ENEM fosse adotado como padrão de seleção unificado, sugere o reitor. Sobre o fim do vestibular o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, lembra ainda que os números mostram que 60% dos jovens concluem o ensino médio em escolas públicas, mas apenas 40% deles se inscrevem no vestibular das instituições públicas. "Isso é mal, porque revela que o estudante do ensino médio não se sente seguro para participar desse processo e, por outro lado, revela que a universidade não está suficientemente atenta para dar conta desse problema".


A forma de passagem dos Bacharelados Interdisciplinares para os cursos profissionalizantes foi um dos pontos sem conclusão no encontro. Como não há previsão de ampliação de vagas nesses cursos, um novo modelo de seleção de alunos deve ser aprovado. Vamos discutir os pontos em aberto no II Seminário Nacional da Universidade Nova, antecipa Naomar. O evento deverá ocorrer no final de março de 2007, em Brasília.


Para entender a proposta

Hoje, estudantes freqüentam aulas direcionadas à carreira profissional escolhida antes do vestibular. Ao fim do curso, os alunos recebem certificação de conclusão de ensino superior e em tese estão preparados para o mercado de trabalho. Na UniNova, nos três primeiros anos de curso, os estudantes freqüentariam os Bacharelados Interdisciplinares, divididos por áreas do conhecimento. A partir do segundo ano do curso, teriam opções de disciplinas mais focadas na profissão de interesse, mas continuariam a freqüentar as aulas gerais da área. Após a conclusão do BI, os alunos receberiam diploma de bacharel na área de conhecimento e poderiam optar por fazer complementação profissionalizante (que pode se estender por até dois anos), pelo bacharelado ou licenciatura ou, ainda, por curso pós-graduação na área de interesse.