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A dança no espaço universitário

 O III Seminário Conhecendo e Reconhecendo a Dança na UFRJ teve abertura na terça-feira, 28, e se prolonga até o dia 7 de dezembro. A mesa de abertura foi composta por Frank Wilson Roberto, chefe do Departamento de arte corporal da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) e coordenador do evento, Alexandre Mello e Waldyr Mendes Ramos, respectivamente o ex-diretor e atual diretor da Escola, Almir Fraga Valladares, decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e Laura Tavares, que, representando a Reitoria, agradou o público com seu discurso acalorado.

“Como uma espécie de prefeito dentro da estrutura organizacional da universidade”. Dessa forma, o professor Frank Wilson inicia sua fala para explicar um pouco da história e dos objetivos de promover um encontro sobre dança. Segundo ele, o propósito era criar um espaço de incentivo e escoamento do que se pensa em dança cientificamente. O Seminário foi idealizado por Kátya Gualter, coordenadora do Curso de Bacharelado em Dança, e Leonel Brum, diretor artístico dos eventos Dança Brasil.

Frank festejou o retorno dos estudantes e de instituições externas, que inscreveram trabalhos para mostra, mas que “infelizmente não puderam ser aproveitados, por terem sido enviados fora do prazo”. Ainda assim, ele acredita que, em uma próxima edição, outras organizações terão espaço garantido.

Para os professores convidados à mesa, o curso de dança da EEFD é um exemplo a ser seguido na universidade. Alexandre Mello, que incentivou a estruturação do Encontro desde 2004, disse que o Departamento de arte corporal está de parabéns por todo esforço e determinação em sua prática de ensino e pesquisa. Waldyr, em tom mais bem humorado, brincou: “eu fui da primeira turma que tinha como disciplina obrigatória a dança. Era uma espécie de piada para a Escola ver aqueles homens machões dançando, sem o menor jeito”. Para o diretor, esse Departamento é um dos mais fortes da EEFD e seu exemplo deve ser seguido por outros setores.

O decano do CCS também compartilha essa opinião, mas admite que só agora está “conhecendo e reconhecendo esse espaço universitário”. Almir destacou o programa do III Seminário Conhecendo e Reconhecendo a Dança na UFRJ, que demonstram a integração e a inter-institucionalidade, “ao contrário da fragmentação universitária, que nós tanto vemos e discutimos”, disse.

O discurso de Laura Tavares, no entanto, foi o mais inflamado. Remetendo-se a EEFD, a pró-reitora de extensão aclamou sua estrutura e disponibilidade aos eventos universitários (a Escola acolheu os dois últimos Conhecendo a UFRJ, no qual, em 2006, contou com cerca de dez mil estudantes). A EEFD foi capaz, segundo a professora, de casar a tríade, ensino/pesquisa/extensão, com harmonia, mostrando que essa divisão é artificial e prejudicial à universidade.

Laura Tavares convidou ainda os responsáveis pelo curso de dança para construir uma grande área das artes, um desafio que deseja propôr já para o próximo ano. “Essa é uma forma revolucionária de pensar a universidade. Todo mundo tem que saber sobre artes. Os alunos não podem estar restritos ao conhecimento específico de seus cursos”, declarou. Aplaudida de pé, a pró-reitora se emocionou.

Após o lançamento dos Anais Conhecendo e Reconhecendo a Dança na UFRJ/ II Seminário Interno do Departamento de Arte Corporal da EEFD/UFRJ, o público pôde assistir ao espetáculo Girakandomb, de Tatiana Damasceno, com a Companhia de dança contemporânea Helenita Sá Earp.