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Humanizar é preciso

 Na intenção de discutir temas como o acolhimento no Serviço de Emergência e a questão da ética na formação dos profissionais de saúde, a Comissão de Direitos do Paciente do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) realizou o V Encontro de Pacientes do HUCFF. O evento ocorreu no período de 28 a 30 de novembro, no Auditório Halley Pacheco, 8° andar do hospital, na Ilha do Fundão.

O objetivo maior do encontro foi contribuir para uma mudança no padrão de acolhimento do Serviço de Emergência daquela unidade de saúde, pautada nos princípios da política indutiva do Ministério da Saúde de humanização. “Reunimos as principais temáticas trabalhadas pela comissão organizadora durante o ano. Queremos, com isso, criar um espaço de reflexão acerca dos princípios de humanização orientados do Ministério da Saúde”, ressaltou Maria da Conceição Lopes Buarque, presidente da Comissão de Direitos do Paciente do HUCFF.

Regina Rodrigues Chaves, coordenadora do Programa de Humanização do HUCFF, discutiu sobre o projeto no Sistema Único de Saúde (SUS). A Política Nacional de Humanização (PNH), vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde, visa divulgar ações que possam servir de exemplo para os que desejam melhorar o SUS. “Humanizar é compromisso com a profissão e com o próximo. Todas as pessoas têm que buscar dentro de si mesmas qualidades para continuar dando um cunho mais humano ao seu trabalho”, afirmou.

O encontro foi iniciado pelo professor Alexandre Pinto Cardoso, diretor geral do HUCFF, que enfatizou que é preciso ter uma postura de atender as pessoas com humanidade. Na mesa que debateu Acolhimento – Desafio do Processo de Gestão, também estavam presentes Marilene Barroso Carneiro, chefe do Serviço Social do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da UFF, Marcos Freire, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ e chefe do Serviço de Emergência (SEM) do HUCFF e José Ernesto dos Santos, coordenador do Programa de Qualidade do HUCFF, na mediação.

A importância da presença de profissionais de diferentes áreas para discutir questões como humanização, está no fato de que todas eles podem e devem colaborar de alguma forma para esse fim. E um dos setores que sempre esteve ligado à questão do acolhimento, é o Serviço Social, pois o assistente social tradicionalmente, na instituição, é um profissional de escuta, que faz a articulação com outros serviços, garantindo os direitos sociais das pessoas.

Segundo Elen Regina de Oliveira, assistente social e chefe da Seção de Pacientes Externos do HUCFF, o paciente que tem, às vezes, seu direito negado, o acesso não favorecido, o primeiro profissional que ele procura é o de Serviço Social até porque é tradicional nas instituições públicas de saúde o serviço social garantir o acesso.

– O acolhimento não deve ser pensado apenas como uma política voltada para o usuário. Temos que pensar também na própria equipe, porque se não a trabalharmos bem, é pouco provável que ela vá conseguir desenvolver um bom trabalho com o usuário. Garantir a escuta, valorizar as queixas, os questionamentos e as necessidades dos usuários de saúde encerram a nossa intervenção – explicou Elen.