A UFRJazz ensemble, big band da Escola de Música (EM/UFRJ), completa dez anos de existência ao mesmo tempo em que divulga seu terceiro CD, Paisagens do Rio. Com 12 faixas inéditas, o álbum, fruto de uma parceria entre a orquestra universitária e a Rádio MEC, teve o patrocínio da Petrobras e homenageia compositores brasileiros que influenciaram o cenário musical carioca.

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UFRJazz lança novo CD

A UFRJazz ensemble, big band da Escola de Música (EM/UFRJ), completa dez anos de existência ao mesmo tempo em que divulga seu terceiro CD, Paisagens do Rio. Com 12 faixas inéditas, o álbum, fruto de uma parceria entre a orquestra universitária e a Rádio MEC, teve o patrocínio da Petrobras e homenageia compositores brasileiros que influenciaram o cenário musical carioca.

 

Os amantes da boa música têm motivos para comemorar: a UFRJazz ensemble, big band da Escola de Música (EM) da UFRJ, lançou, em um evento realizado no Auditório Roxinho (CCMN), no dia 27 de setembro, seu terceiro CD, Paisagens do Rio. O álbum traz doze faixas inéditas e marca, em grande estilo, os dez anos de existência da orquestra.

Paisagens do Rio reúne diversos compositores brasileiros vivos que, apesar de não terem nascido no Rio de Janeiro, influenciaram a concepção musical do estado. O mineiro Wagner Tiso, o alagoano Hermeto Pascoal e o paulista Henrique Band, ex-aluno da EM e ex-integrante da UFRJazz, são alguns dos músicos homenageados no CD, que é fruto da parceria entre a UFRJazz e a Rádio MEC.

Para comemorar seus 70 anos, a Rádio MEC convidou cinco grupos, entre eles a UFRJazz ensemble, para gravarem cinco álbuns, com o patrocínio da Petrobras. “Uma iniciativa como essa requer muitos esforços. Colocamos neste CD o trabalho de dez anos”, orgulha-se José Rua, docente da EM e idealizador, diretor e maestro da orquestra universitária.

10 anos de UFRJazz

A UFRJazz ensemble foi criada em paralelo com o curso de Saxofone, vinculado ao Departamento de Instrumentos de Sopro, da Escola de Música. Ao relembrar a trajetória percorrida na última década, José Rua narra as adversidades por que passou para montar a orquestra. De acordo com o musicista, o conservadorismo de alguns profissionais da EM foi o principal entrave à iniciativa: “O saxofone era um instrumento alvo de muitos preconceitos, por isso tivemos que organizar a orquestra às escondidas, sem os professores saberem”, recorda.

A experiência com a música em outros países levou Rua a optar por montar uma big band, que funcionasse como um laboratório de experimentação para os alunos, no qual eles pudessem aprender a ler partituras, a tocar em grupo e a executar diferentes estilos musicais. As dificuldades financeiras dos estudantes que integravam, inicialmente, a UFRJazz impulsionou o maestro a profissionalizar a orquestra. “Os músicos eram muito bons, mas precisavam ganhar dinheiro. Já tive que hospedar alunos na minha casa por eles não terem condições de comprar comida ou pegar ônibus depois das apresentações”, afirma.

A qualidade do som produzido pela big band, no entanto, foi superior aos infortúnios iniciais. Ao longo desses 10 anos, quatro gerações de músicos passaram pela orquestra, que formou 30 saxofonistas, contabiliza mais de 200 espetáculos profissionais e tem um repertório com cerca de 400 músicas – 80 dessas escritas especialmente para serem tocadas pela UFRJazz.

Uma fórmula de sucesso

O grande diferencial da UFRJazz está na versatilidade; contrariando a tendência de projetos semelhantes, a big band da UFRJ transita do clássico ao popular, do jazz à música de concerto e não se prende a preconceitos estilísticos. “Tudo é questão de ensinamento. Se a técnica for passada com competência, os alunos conseguem aprender. Para mim, não há diferenças entre os estilos; o que é popular hoje pode ser clássico amanhã”, pondera José Rua.

A seriedade na escolha dos integrantes da orquestra, que acolhe, não raro, funcionários da universidade e membros da comunidade não-acadêmica, é outra razão do sucesso da UFRJazz. Mauro Cleverson, produtor musical da big band, afirma que, com o crescimento e a projeção da banda, músicos e compositores passaram a prestigiar as apresentações, o que possibilitou a realização de parcerias vantajosas; a última delas foi feita com o cantor Ivan Lins, que depois de assistir a um espetáculo, convidou o grupo para tocar ao lado dele no Tim Festival. “As pessoas não acreditam que somos uma orquestra universitária; elas ficam impressionadas com a qualidade dos nossos músicos”, revela Mauro.

Apesar de ter conquistado lugar de destaque entre as big bands brasileiras, a UFRJazz ensemble ainda enfrenta dificuldades. Segundo José Rua, a principal delas é convencer a comunidade externa à universidade da qualidade do trabalho de uma orquestra universitária. Além disso, Rua conta também que a palavra “jazz ensemble” dificulta o completo entendimento da proposta musical do grupo, pois algumas pessoas acreditam que a orquestra, em virtude do nome, não toca arranjos de músicas brasileiras.    

Projeto Futuro

O próximo projeto da UFRJazz será lançar um CD para cada compositor presente na trilha do álbum Paisagens do Rio: “Queremos fazer parcerias com a iniciativa privada para prestigiar o trabalho desses compositores que compõem para o tipo de formação da orquestra, mas que não têm reconhecimento aqui no Brasil”, explica Mauro Cleverson.

Os CDs da UFRJazz podem ser comprados através do site www.robdigital.com.br ou nas principais lojas do ramo em todo o país.