O III Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social (ENEDS) discutiu, na última sexta-feira, dia 1º de setembro, no auditório do Centro de Tecnologia da UFRJ, a “Extensão Universitária na Geração de Trabalho e Renda”. A Extensão é um processo educativo, científico e cultural que viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade, mas que é pouco usual na maior parte das universidades do Brasil.
Bárbara França, coordenadora da Incubadora de Cooperativas da UFF/Unitrabalho, Ioshiaqui Shimbo, professor da Universidade Federal de São de Carlos (UFSCar), e Osmar Sepúlveda, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), compuseram a mesa redonda que abordou o tema.
Bárbara França iniciou a discussão lembrando a todos da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 que estabelece que a educação superior deve prestar serviços especializados à comunidade. Bárbara completou que o ENEDS, há três anos, tem buscado a base social da Ciência. Para o Professor Ioshiaqui, o papel da universidade pública é “produzir conhecimento e torná-lo acessível aos setores excluídos, como reivindicam os movimentos sociais”. O professor da UFBA Osmar Sepúlveda contou que, há alguns anos, veio a UFRJ conhecer a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares para implementar uma semelhante na Bahia, sendo bem sucedido na iniciativa.
Todos os componentes da mesa apresentaram projetos e cursos de extensão de várias instituições, dentre elas algumas particulares, demonstrando que não só as universidades públicas praticam essa atividade.
A descriminação sofrida pela extensão no país foi unanimidade na mesa. “A extensão não é uma atividade valorizada, sofre preconceito do ensino e da pesquisa, além do desconhecimento por parte da sociedade. Apesar disso, ela acontece”, salientou Bárbara França.
Perguntado sobre o papel específico do engenheiro na extensão, o estudante de Engenharia Mecânica da UFRJ, Vicente Neponuceno, respondeu que “o engenheiro tem o conhecimento técnico, desenvolve a tecnologia, faz planos de negócios, mas a compreensão da realidade não pode ser dada de forma fragmentada, para isso a extensão deve contar com a participação de profissionais e estudantes de áreas diversas”.