No último dia 26 de agosto, a convite da Escola de Comunicação, o professor André Gaudrealt, da Universidade de Montreal, fez uma palestra sobre os primórdios do cinema no início do século XX.
Com a apresentação e mediação da professora Consuelo Lins (ECO/UFRJ), André discutiu as diferentes facetas do processo de montagem trazendo um novo olhar sobre a história do cinema dos primeiros tempos.
Dentro de um retrospecto histórico, o professor falou sobre os recursos de animação e seus dispositivos tecnológicos criados no século XIX – a invenção do quinetógrafo Edison e do cinematógrafo dos Irmãos Lumière que são aparelhos concebidos para produzir uma série de imagens sucessivas e contínuas de uma ação.
André Gaudrealt, que participa de um grupo de pesquisa e restauração de filmes do início do século XX, fez uma projeção de filmes de atração antigos de alguns cinematógrafos como George Mélies e os Irmãos Lumière.
Para ele, o cinema não se resume a uma simples projeção de imagens, “é mais do que isso, todo filme é uma mistura de atração e narração”, explica.
André propõe um olhar diferente da cinematografia, “ver coisas que passaram desapercebidas na história do cinema como os fatores sociais e culturais”.
O professor falou, ainda, da diferença entre o cinema de atração e o de narração, e mencionou o caso dos filmes americanos de violência, ação e múltiplos efeitos especiais, que, segundo ele, “são filmes bastante atrativos, mas com um fio de narração bem tênue. Sendo assim, a cinematografia de atração não é cinema, a atração precisa estar a serviço da narração”.
O cinema que, segundo André, levara em torno de 15 a 20 anos para ser instituído, infelizmente, hoje, ainda sofre por não haver “uma cultura cinematográfica intrínseca, endógena”.