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Festival de capoeira lota ginásio de lutas da UFRJ

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agencia2615T.jpgMiscigenação, cultura, dança, harmonia, integração. Essas palavras retratam o VIII Festival de Capoeira, que foi realizado dia 1 de junho, no ginásio de lutas da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ. Trazendo diversos grupos de capoeira e de dança do país, o evento, organizado pelo professor Gilberto Andrade Oscaranha lotou o ginásio com estudantes, pais, capoeiristas e admiradores da arte.

Diversos grupos de capoeira do Rio de Janeiro estavam presentes, como o Terra, a Associação de capoeira Brasil-África e os Libertadores capoeira, além de grupos de dança tipicamente brasileiras, como o Brincando na roda.
Importantes mestres assistiram e participaram das apresentações do jogo. Entre eles, destacam-se Mestre “Mintirinha”, Gilberto da Barra e o próprio Oscaranha. A velha guarda da capoeira foi homenageada com medalhas e certificados de agradecimentos ao longo do evento.

Apresentações como a promovida pelos capoeiristas da EEFD, organizado pela professora Rosângela Rufato, com crianças deficientes mentais, impressionaram os presentes. O grupo “Brincando na roda” se apresentou, mostrando para a sociedade o maracatu, dança típica brasileira, porém ainda desconhecida por muitos. Profissionais do esporte também demonstraram suas habilidades, com movimentos rápidos e acrobacias altas, jogando em harmonia com integrantes de grupos de capoeira.

O grupo “Herança negra”, que só acolhe crianças com bom desempenho escolar, trabalha com jongo, maracatu e bumba-meu-boi. De acordo com o coordenador Mestre baiano hasta, a apresentação “Missa dos negros”, representou a relação entre negros e Igreja, na qual os primeiros aprenderam o dialeto da segunda para se defenderem das mazelas impostas durante a era colonial. Sobre o Festival, Mestre diz: “é muita emoção ver as crianças se apresentando para os grandes nomes da capoeira na universidade. O que eu disser será ainda pouco para o que sinto, não há palavras”. Para Amanda Pinheiro, do “Mara Brasil”, esse tipo de evento é importante para divulgar a cultura negra. O grupo e mais quatro companhias dançaram o jongo do Rio de Janeiro e o tambor da crioula do Maranhão.

O reitor Aloísio Teixeira esteve presente, assim como Eliane Frenkel, da Pr-5, Francisco Strauss, representando o Centro de Ciências da Saúde (CCS), Sônia Castilho, sub-secretária de esporte do Estado do Rio de Janeiro, e Alexandre Mello, diretor da Escola. Segundo o professor Alexandre Mello, a EEFD, pela sua competência, aborda diversas áreas do esporte, tanto científicas quanto culturais e antropológicas. E a capoeira é um dos bens mais valiosos do povo, pois traz integração. Opinião essa partilhada com o professor Oscaranha: “Esse festival abre as portas da Universidade para a cultura popular. Aproxima a sociedade da Universidade, cumprindo sua função, que é a integração”, afirma.

Oscaranha foi o primeiro professor de capoeira em universidade no mundo. A UFRJ foi pioneira na valorização da luta, instaurando como obrigatória a disciplina de capoeira na Faculdade de Educação Física. O Festival foi organizado pelo Acervo cultural de Capoeira Artur Emídio de Oliveira, pertencente ao departamento de Lutas da Escola de Educação Física e Desportos.