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Saúde mental e inclusaõ social

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agencia2554T.jpgA Incubadora de Tecnologia de Cooperativa Populares ITCP da Coppe/UFRJ realizou, dias 8 e 9 de maio, o segundo debate Caia nesta Loucura, enfocando a questão da inclusão social. O evento, realizado no Centro de Tecnologia (CT), campus do Fundão, contou com a participação de Pedro Gabriel Godinho Delgado, coordenador Nacional de Saúde Mental, Maria Teresa Monnerat, da Secretaria Municipal de Saúde, Gonçalo Guimarães, coordenador do ITCP e Ricardo Azevedo Gualberto, usuário do sistema.

Pedro Gabriel falou para um auditório lotado por professores, alunos e usuários do sistema sobre Saúde Mental e Políticas Públicas. “Essa aproximação entre a política de saúde mental e todos os esforços de cooperativas sociais, de geração de renda, de criação de novas tecnologias de produção, visando construir possibilidade de inclusão social, tem se mostrado um caminho dos mais positivos no campo da saúde mental. Nós temos conseguido, na área da reforma psiquiátrica, alguns avanços importantes. Esse ano ampliamos, em todo o país, o número de Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, chegando a 820 unidades e criamos 460 residências terapêuticas.

Com a aprovação da Lei 10.216, em 2001, foi adquirida uma base institucional e uma base de apoio público, importante para se fazer avançar o projeto da reforma. Segundo Pedro Gabriel, hoje é mais fácil debater com as pessoas a idéia de que não existe clínica, não existe atendimento no campo da saúde mental que não seja de inclusão social. “As políticas públicas, de uma forma geral, têm que ser de inclusão social ou não haveria necessidade de se fazer política pública. No caso da saúde mental, a questão da inclusão social é intrínseca ao nosso trabalho clínico. Por isso que dizemos que a reforma psiquiátrica faz uma clínica do cotidiano, no dia-a-dia”, frisa o coordenador Nacional de Saúde Mental.

Para Gonçalo Guimarães, coordenador do ITCP, o papel das políticas públicas é essencial. Sem ela não se avança na questão da inclusão social. “O mais difícil para se conseguir um trabalho é vencer o preconceito. Hoje, o trabalho de cooperativas já é uma rede com mais de 500 pessoas envolvidas no Estado do Rio”.

Existe ainda o desafio de desvincular o trabalho da atividade de terapia ocupacional. O lado mais cruel, segundo Gonçalo, é quando a sociedade determina como trabalho somente aquela tarefa que é remunerada. “Se a pessoa trabalha em casa, isso não é considerado trabalho, só é trabalho o que vale dinheiro. Eu acho que nós vamos ter que estar atentos à construção desse trabalho, para ver além do dinheiro tudo aquilo que pode ser construído e não cair na armadilha da grande comercialização de tudo”, conclui.