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Tinta anticorrosiva rende patente internacional

A COPPE acaba de aprovar nos EUA a patente de uma tinta anticorrosiva, produzida à base de nióbio, decorrente de uma pesquisa do professor do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE, Luiz Roberto Miranda, que poderá reduzir radicalmente os gastos em aços especiais.

agencia2476T.jpgA COPPE acaba de aprovar nos EUA a patente de uma tinta anticorrosiva, produzida à base de nióbio, metal cujas maiores reservas do mundo encontram-se no Brasil. A patente decorre da pesquisa do professor do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE, Luiz Roberto Miranda, que há mais de 30 anos desenvolve pesquisas sobre revestimentos anticorrosivos. A tinta patenteada poderá reduzir radicalmente os gastos em aços especiais que pesam no orçamento das indústrias, principalmente química e petrolífera. Além desta patente, a Fundação Coppetec, da COPPE, também solicitou duas outras relacionadas a métodos de aplicação do nióbio, todas elas no Brasil, na Europa e nos EUA.

“O nióbio é um metal que devido a sua baixíssima reatividade pode ser o revestimento perfeito para a indústria petrolífera, que atualmente luta contra a corrosão através do uso de aços inoxidáveis muito caros e, ainda assim, nem sempre obtendo bons resultados. Muitos vazamentos de óleo são decorrentes de corrosão”, afirma o professor.

Com a chamada “niobização” (aplicação de revestimento anticorrosivo à base de nióbio), a indústria petrolífera poderia utilizar aço comum, que pode chegar a ser até cem vezes mais barato que alguns aços inoxidáveis. Além de propiciar menor custo e melhor resultado, o nióbio é um metal explorado pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que detém reservas para mais de 300 anos (com o uso atual) e é a maior fornecedora do metal no mundo.

As três patentes propostas pela COPPE dizem respeito a diferentes métodos de “niobização”. A tinta pigmentada com nióbio, que já teve sua patente concedida nos EUA, possui a vantagem de poder ser aplicada a frio. Já o método de aspersão térmica, cuja patente ainda está sendo analisada, consiste em aplicar óxido de nióbio aquecido a 300º C com o chamado thermal spray. Assim como a tinta pigmentada, este método tem como vantagem permitir a aplicação no próprio local de extração ou refino do petróleo, sem custos de transporte de equipamentos. A terceira patente requerida consiste na produção industrial de chapas de aço já revestidas por nióbio. Segundo o professor, este método é o que possibilitaria maior agilidade e redução de custo porque poderá ser implementado em escala industrial.

A tecnologia da niobização foi desenvolvida no laboratório da COPPE, em parceria com a empresa Ecoprotec, responsável por torná-la apta a ser produzida e aplicada em escala industrial. Por isso, o engenheiro Ladimir Carvalho e o técnico Antonio Carlos Gonçalves Pereira, sócios da empresa, são co-titulares da patente. Ladimir é doutor pela COPPE, orientado pelo professor Miranda. “A aprovação de patentes é fundamental para uma instituição de pesquisa. Além de preservar o direito intelectual, a transferência de tecnologia gera recursos. Basta ver o caso da Microsoft, que iniciou numa universidade da Califórnia”, ressalta o professor Miranda, que já detinha uma patente denominada ferrugens protetoras “anticorrosivas”.