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Memória

Por uma educação de inclusão

A II edição do Fórum Mundial de Educação, realizada em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, foi encerrada dia 26 de março, com a conferência “Estado e Sociedade na Construção de Políticas Públicas: Por uma Plataforma Mundial de Lutas pelo Direito à Educação”. Educadores e representantes de entidades que lutam por melhorias na educação na América Latina e na África falaram sobre os sistemas educacionais de cada região e da necessidade de se lutar por uma educação que seja menos excludente.

agencia2460T.jpgA II edição do Fórum Mundial de Educação, realizada em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense do Rio, foi encerrada no domingo, 26 de março, com a conferência “Estado e Sociedade na Construção de Políticas Públicas: Por uma Plataforma Mundial de Lutas pelo Direito à Educação”. Educadores e representantes de entidades que lutam por melhorias na educação de diferentes países da América Latina e África Central falaram, por pouco mais de duas horas, sobre os sistemas educacionais de cada região e da necessidade de se lutar por uma educação mundial que seja menos excludente.

Representando o Brasil, Jussara Dutra, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação(CNTE), Maria Ondime, da Central Única dos Trabalhadores(CUT) e Laura Tavares, Pró – reitora de Extensão da UFRJ, que abriu a conferência com um discurso inflamado, arrancando aplausos do público que lotava o ginásio do Sesc. “ A UFRJ esteve aqui em Nova Iguaçu, apresentando vários dos seus trabalhos. A presença de uma universidade pública neste Fórum não é nenhum favor, é uma obrigação, é um dever da universidade pública está aqui em Nova Iguaçu, divulgando o seu conhecimento”, disse ela.

Segundo Laura, a educação não pode ser vista como um bem mercantil. “ Nós não formamos capital humano e nem capital social, como gostam de dizer os organismos internacionais. Nós estamos aqui para formar gente, seres humanos”,afirmou ela,lembrando que as universidades públicas ainda precisam ser reconstruídas e o acesso como direito a estas instituições ainda não existe. O acesso é elitista, concluiu a professora.

UFRJ no Fórum

Na Vila Olímpica da escola municipal Monteiro Lobato, no Centro de Nova Iguaçu, foram expostos diversos trabalhos desenvolvidos pelas instituições de ensino inscritas no Fórum. A UFRJ expôs 15 projetos desenvolvidos pela universidade. São eles: Cidades digitais: a construção de uma sociedade de informação democrática; Conexões dos saberes – diálogos entre a universidade e as comunidades populares; programa de alfabetização da UFRJ para jovens e adultos de espaços populares; pré-vestibular comunitário; projeto Vila Residencial; LipE / Minerva – Laboratório de informática para educação do departamento de Eletrônica da Escola Politécnica; Lab Lata; Papo Cabeça; Maria Black – música e conscientização; Bio na rua; Casa da Ciência – Centro Cultural da Ciência e Tecnologia da UFRJ; Núcleo Interdisciplinar do UFRJmar; NCE – tecnologia na educação; Educação a distância – o caminho para a interiorização do conhecimento; Teorias sociais e produção do conhecimento; Água e cidadania – ensino, pesquisa e extensão.

Segundo a avaliação dos Comitês organizadores do Fórum, a presença da UFRJ em Nova Iguaçu foi marcante, sendo a maior dentre as instituições federais de ensino superior participantes do evento.

Faltaram os universitários

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, lamentou a ausência dos universitários no Fórum. “ Vi por aqui, nestes últimos três dias, muitos educadores e povo, mas faltou o estudante universitário”, disse ele. Na opinião do prefeito, a ausência dos universitários está relacionada a crise política pela qual passa o país. Além disso, segundo Lindberg, não houve uma articulação por parte da própria prefeitura para trazer os movimentos estudantis para dentro do Fórum.

Gustavo Petta, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que foi o mediador da última conferência, disse que, embora ainda não tenha visto os números de quantos estudantes universitários haviam se inscrito no Fórum, considerou boa a participação dos universitários, reconhecida, inclusive, em vários debates que aconteceram no evento.

Indagado se a fraca participação dos estudantes no Fórum estava relacionada com o fato de alguns universitários acharem que aquele era um Fórum do Lindberg, que presidiu a UNE no início dos anos 90, Gustavo Petta, presidente da UNE, União Nacional dos Estudantes, falou que não. “ Pelo contrário,o Lindberg, eu acho, continua a ser uma referência muito importante para os universitários. Ele foi um excelente presidente para a UNE. Ele presidiu a entidade em um momento político importante para o Brasil. Isso, na verdade, estimula a participação dos estudantes, e não a inibe”, afirmou.