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Complicações da Pancreatite Crônica

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O professor José Galvão Alves, presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro foi o convidado do Serviço de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) para proferir palestra sobre as Complicações da Pancreatite Crônica. A conferência aconteceu dia 27 de março, e a platéia estava repleta de médicos residentes, chefes de serviço e estagiários.

O professor iniciou sua fala explicando que a pancreatite crônica ocorre, na maioria dos casos, devido à ingestão de grande quantidade de álcool por pelo menos dez anos consecutivos pelo paciente, mas que pode ocorrer por outras razões como predisposição hereditária e obstrução do pâncreas resultante, em alguns casos, de um câncer pancreático. “É uma doença irreversível”, afirma o professor, pois “o pâncreas não retorna mais à normalidade, ou seja, ele apresenta calcificações, fibrose e outras alterações que são cicatrizes definitivas”.

Segundo o professor, de todos os alcoólatras, cerca de 10% devem desenvolver algum tipo de doença no pâncreas, e das pessoas que têm pancreatite crônica, aproximadamente 91% são homens, contra os 9% de mulheres. A explicação é que embora o organismo da mulher seja mais sensível, elas bebem menos.

Os sintomas de quem tem pancreatite crônica são dores abdominais e em casos mais grave diarréia, pois com o passar do tempo de desenvolvimento da pancreatite, as enzimas digestivas vão sendo mortas e a absorção de alimentos torna-se precária. O indivíduo, por isso, tende a emagrecer. Dados estatísticos revelam que em 92% dos casos os pacientes sentem dores abdominais, 33% desenvolvem um tipo de diabetes diferente do convencional e 10% têm má absorção dos alimentos.

As formas de diagnóstico da doença abrangem as radiografias abdominais e a ultra-sonografia, que podem revelar a presença de cálculos no pâncreas. Também há a pancreatografia retrógrada endoscópica (uma técnica radiográfica que mostra a estrutura do ducto pancreático). Esse método, apesar de comum, é considerado complicado e invasivo, segundo o palestrante. E por último, existe a tomografia computadorizada (TC), que pode mostrar as anormalidades, assim como o tamanho, a forma e a textura do pâncreas. A tomografia, ao contrário da pancreatografia retrógrada endoscópica, não exige o uso de um endoscópio.

O tratamento exige abstinência de álcool, para não haver piora, e às vezes jejum alimentar, recebendo líquidos apenas via intravenosa. Podem ser utilizados, também, comprimidos ou cápsulas com extratos de enzimas pancreáticas que ajudam na absorção de alimentos. Nos casos mais graves pode haver necessidade de cirurgia.