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NUPEM inaugura interiorização da UFRJ no Estado

“É a realização de um sonho, o desdobramento de um longo trabalho desenvolvido junto a Macaé, que tenho certeza, colabora decisivamente para o futuro da região”, afirmou o professor Francisco Esteves, na cerimônia de inauguração das novas instalações do Núcleo e Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé, dia 10 de março. O NUPEM constitui-se no primeiro campus da Universidade fora do município do Rio a oferecer um curso de graduação de licenciatura em Ciências Biológicas.

agencia2423T.jpg“É a realização de um sonho, o desdobramento de um longo trabalho desenvolvido junto a Macaé, que tenho certeza, colabora decisivamente para o futuro da região”, afirmou o professor Francisco Esteves, que emocionado, foi o primeiro integrante da mesa convidado a falar na abertura da cerimônia de inauguração das novas instalações do NUPEM/UFRJ, dia 10 de março, em Macaé. Renomeado de Núcleo e Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé, o NUPEM constitui-se no primeiro campus avançado da Universidade fora do município do Rio de Janeiro a oferecer um curso de graduação de licenciatura em Ciências Biológicas.
Com modernas instalações laboratoriais, salas de aula, biblioteca e alojamentos para pesquisadores e estudantes, o novo prédio foi edificado com recursos da Prefeitura de Macaé, que há 13 anos também cedera um pequeno galpão no Parque de Exposição Agropecuária de Macaé, local de partida às atividades do Núcleo, criado oficialmente em 1994.
Mais de quinhentas pessoas participaram da solenidade e ouviram atentamente as seguintes personalidades que compuseram a mesa de abertura: Prefeito de Macaé, Riverton Mussi Ramos; Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira; Secretario de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, representante da Governadora do Estado; Deputado Estadual Glauco Lopes, representando a Assembléia Legislativa; ex-prefeito Silvio Lopes; Vereador Maxwell Vaz, representando a Câmara de Vereadores de Macaé; Diretora do Instituto de Biologia, Maria Fernanda e o Secretário de Ensino Superior do MEC e ex-reitor da UFRJ, Nelson Maculan.

Interiorização
A presença do NUPEM em Macaé vem conquistando o reconhecimento da comunidade a partir de inúmeras iniciativas que passaram a associar o desenvolvimento de suas pesquisas científicas a identificação das características e dos impactos no meio ambiente, provocados pela forte expansão urbana que a exploração de petróleo na região propiciou.
A degradação das lagoas costeiras e das áreas de manguezais, que desde 1984 vinha sendo percebida e registrada pelos pesquisadores da UFRJ, ajudou a deflagrar uma forte mobilização pela criação e demarcação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, na década de 90. Parcerias pioneiras foram estabelecidas, a partir de convênios com a Petrobrás, que extrai no litoral norte fluminense cerca de 85% da produção nacional de petróleo.
Nasceu o Projeto ECO-Lagoas, que, entre outros êxitos, permitiu a geração de dezenas de teses de mestrado e doutorado e a promoção de trabalhos de extensão universitária. Professores e estudantes da rede de escolas do ensino fundamental e médio participam de diversas atividades realizadas nos próprios ecossistemas de Macaé, colaborando para uma consciência ambiental dos cidadãos. Dessas atividades já participaram mais de 1200 professores e cerca de 10 mil alunos dos 15 municípios da região.
Avaliando esta integração entre pesquisa, extensão e ensino, o reitor Aloísio Teixeira foi categórico: “É um dia importante na história da UFRJ, pois é um marco. Trata-se da primeira experiência de interiorização, porém distinta da maneira como vem sendo feita por outras universidades. Não viemos aqui para buscar recursos adicionais, complementação de salário. Viemos devido à consolidação de um trabalho, inicialmente realizado com ações de pesquisa e de extensão e que agora se desdobra no campo do ensino de graduação. Num espaço desses, não há porque a Universidade Estadual do Norte Fluminense, por exemplo, não atuar junto conosco, uma vez que tem também uma atuação importante na área de Biologia.”

Ampliando a presença
Identificando a importância de atrair para o município instituições de ensino de qualidade, o prefeito de Macaé Riverton Mussi, enfatizou em seu discurso o desejo de fazer de Macaé um centro de ensino público universitário. Ele reiterou o apoio a futuras instalações da UFRJ nas áreas livres do terreno cedido ao NUPEM e lembrou que a conclusão das obras do Núcleo foi o desfecho feliz de um compromisso que herdou da administração municipal anterior, do então prefeito Silvio Lopes, presente à cerimônia.
Para o representante do MEC, professor Nelson Maculan, a inauguração deveu-se “a um trabalho não só acadêmico, mas político, de convencimento da própria universidade sobre sua responsabilidade como instituição que precisa expandir suas fronteiras de atuação para democratizar o acesso ao ensino público de qualidade. Por isso, a academia esta de parabéns”.
Outras manifestações de apoio também foram anunciadas. O Secretário de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, em nome do Governo do Estado, lembrou que a Faperj já conta com programas dedicados a reforçar financeiramente linhas de pesquisa que cuidam dos problemas regionais e que o NUPEM passa a integrá-los.
Presentes ao evento, o conjunto de pró-reitores e superintendentes da UFRJ somaram-se ao vasto elenco de autoridades que prestigiaram a cerimônia. O professor José Roberto Meyer, pró-reitor de Graduação, ousou afirmar em seu discurso: “Daqui a cinco anos, estaremos entregando diplomas de Dignidade Acadêmica aos alunos formados pelo NUPEM” – diploma concedido apenas aos estudantes com melhor desempenho acadêmico – apostando na qualidade das aulas que serão ministradas. Em 2006, 50 alunos ingressaram nos curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, a maioria de Macaé. Um dos professores do Núcleo, Vinícius Farjalla, assegura que a prioridade do curso é formar professores que conheçam e atuem na transformação da realidade dessa região do Norte Fluminense, onde Macaé está inserida. Vamos visitar constantemente o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, o arquipélago de Santana entre outros, em função de um estudo prático dos problemas sócio-ambientais locais, visando contribuir para sua superação”. Vinicius, confirma o que o Diretor do NUPEM, professor Francisco Esteves sintetizou como missão da instituição: “contribuir para construção de uma sociedade com mais justiça social e ambiental neste município tão querido e acolhedor”.