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Ferreira Gullar na UFRJ

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agencia2422T.jpgEste ano a aula magna da Universidade Federal do Rio de Janeiro será proferida pelo maior poeta brasileiro em atividade, Ferreira Gullar. No próximo dia 17, ás 10h, o poeta estará no auditório do roxinho que fica localizado no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, campus da Ilha do Fundão. No mesmo dia será inaugurado o Centro Cultural Profº Horácio Macedo que foi o primeiro reitor (1985 a 1989) eleito pela comunidade acadêmica.

Considerada a maior universidade pública federal do país e um centro de pesquisa de excelência, a UFRJ realiza esta solenidade a cada ano, convidando personalidades dos mais variados campos de atuação e grandes intelectuais para compartilharem seus conhecimentos com a comunidade acadêmica.

Na atual gestão, a Instituição teve a honra de contar com a presença de intelectuais como Cristóvam Buarque, Celso Amorim e José Leite Lopes no cerimonial das aulas magnas de 2003, 2004 e 2005, respectivamente.

A aula magna representa para todos aqueles que fazem parte desta Instituição – discentes, docentes, técnico-administrativos – ocasião propícia para a reafirmação de valores e para reflexão sobre a função da Universidade como espaço aberto a novas idéias e à valorização da cultura.

Segundo o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, “ é um prazer iniciar o ano letivo de 2006, com uma das expressões mais refinadas da poesia brasileira contemporânea e um dos mais respeitados pensadores da nossa cultura: Ferreira Gullar”.

FERREIRA GULLAR
Nem pintor, ferreiro, escrivão ou médico. Ferreira Gullar quis ser poeta. E decidiu desde menino, quando numa redação sobre o dia do trabalho tirou nota 9,5. O dez não veio poque havia errado a grafia de duas palavras. A partir daí, nasce o artista preocupado com as multiplicidades da língua e com a condição humana. Essa tem sido a busca do escritor, poeta, tradutor, ensaísta e crítico de artes plásticas.

Entre seus livros considerados mais importantes estão A Luta Corporal (1954); Dentro da Noite Veloz (1975); Poema Sujo (1976); Na Vertigem do Dia (1980); Barulhos (1987); Muitas Vozes (1999).

A capacidade de se esgotar num tema e se reconstruir fez com que a experiência da obra “A Luta Corporal” expandisse sua contribuição na vanguarda literária. A crise advinda do processo de criação o leva para o concretismo, movimento do qual se afasta com a elaboração do manifesto neo-concreto em 59.

Ferreira Gullar escreveu ainda vários ensaios e peças teatrais, principalmente no período em que atuava no CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE (União Nacional dos Estudantes), durante os anos da ditadura militar. Nessa época escreveu peças para o grupo Opinião dentre as quais tiveram destaque “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come” e “Dr. Getúlio, sua vida e sua glória”, escritas em parceria com Oduvaldo Vianna Filho e Dias Gomes.

Com o Ato Institucional n° 5, foi preso em 1968, entrou para a clandestinidade e, mais tarde, partiu para o exílio. Longe de seu país viveu sete anos e contribuiu para o periódico “O Pasquim” sob o irônico pseu-dônimo Frederico Marques. Frederico de Frederic Engels e Marques de Karl Marx.

Auto-intitulado de profissional do pensamento, Gullar entende o poema como resultado da reflexão do indivíduo que pensa sobre o passado, os problemas da memória, as coisas que acabaram, e que, ao mesmo tempo, são um peso sobre a vida. A poesia nesse sentido é um convite. E que com ela possamos nos permitir a liberdade, a trans-formação.

CENTRO CULTURAL PROFESSOR HORÁCIO MACEDO
O Centro Cultural Professor Horácio Macedo será um centro de memória e documentação do período da gestão de Horacio Macedo como reitor da UFRJ. Esta é a homenagem que o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) prestará ao seu também ex-decano e ex-diretor do Instituto de Química.

Primeiro reitor escolhido através de consulta à comunidade universitária em 1985, Horacio realizou reformas imprescindíveis para a Instituição, entre elas instituiu o fim das taxações dos atos administrativos acadêmicos. Relevante também foi sua contribuição para os programas de extensão.

O Centro de Memória Horacio Macedo faz parte de um complexo que reunirá vários espaços do CCMN antes sub-utilizados. O descerramento da placa comemorativa Marco Zero delimita o início das obras de revitalização do complexo, que inclui a já reformada Biblioteca do Centro, o anfiteatro da Decania, a construção de uma sala de vídeo e a rei-nauguração do Roxinho, espaço que foi reformado após nove anos de interdição.

PROGRAMAÇÃO

9h55min
Descerramento da fita de reinauguração do
Auditório Roxinho

10h
Aula magna do ano letivo de 2006, proferida
pelo poeta Ferreira Gullar

15h
Descerramento da placa comemorativa do
marco zero do Centro Cultural Prof. Horacio
Macedo e da placa comemorativa de
reinauguração do Auditório Roxinho

15h05min
Abertura da exposição “Tributo a Horacio
Macedo”

15h30min
Cerimônia de reinauguração do Auditório
Roxinho

17h
Apresentação do Coral e Orquestra da
Petrobras