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Editora UFRJ no Carnaval

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agencia2281T.jpgNum clima de bastante animação, típico dos encontros de carnaval, a Editora UFRJ lançou, no dia 10 de novembro, o livro Inventando Carnavais: o surgimento do Carnaval carioca no século XX e outras questões carnavalescas, do pesquisador Felipe Ferreira. O evento contou com a presença de figuras ilustres da cena carnavalesca do Rio de Janeiro, como Maria Augusta, teve ainda uma mesa redonda mediada pelo autor e pelas professoras da UFRJ, Maria Laura Cavalcanti, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e Sônia Gomes Pereira, da Escola de Belas Artes (EBA).
Cerca de 70 pessoas assistiram ao debate que lançou o livro no Salão Moniz de Aragão, do Forum de Ciência e Cultura.
“olha, é uma grande satisfação estar recebendo vocês aqui e poder estar escrevendo coisas importantes para a pesquisa do carnaval. É uma honra”, falou Felipe Ferreira.
A professora Sônia Gomes Pereira resgatou aspectos históricos do carnaval, enfocando as transformações urbanísticas que a cidade sofreu no período do governo Pereira Passos, no início do século XX. Sônia ressaltou como um dado importante o fato de a cidade do Rio de Janeiro, diferente de outras importantes cidades do mundo, ter surgido de uma rua e não de uma praça, (no caso, a rua Direita, atual Primeiro de Março). Outro dado importante é que na formação cultural da cidade prevaleceu o arco urbano formado pelas Avenidas Central (atual Rio Branco), Beira-Mar e pelo Porto, na Praça Mauá.
“O Pereira Passos alterou todo o traço urbanístico da cidade. Com isso, as manifestações sociais e culturais ganharam também novos ares. E é nesse cenário que o carnaval carioca se insere. Mesmo que o objetivo da construção da Avenida Central tenha trazido o desfile da elite e excluído os descamisados, isso não aconteceu. Pelo contrário. Eles passaram a fazer parte da festa também. Não existe nenhuma obra urbanística nem arquitetônica que resolva os conflitos sociais. Esse é o contexto do carnaval carioca”, afirmou a professora.
Em seguida, Mônica Velloso, da Casa Rui Barbosa, falou da importância da cultura das ruas cariocas. Segundo ela, os tipos, as tendências e as manifestações de rua ajudaram o carnaval a tomar forma. Além disso, os jornalistas que escreveram sobre o carnaval contribuíram na consolidação das festas, já que relatavam os desfiles, os entrudos e os corsos nos jornais da época.
“A importância dos jornalistas está no fato de reportarem nos jornais e gazetas da época os desfiles que aconteciam nas ruas do Rio. Isso ajudou a tornar essas manifestações parte do calendário e se consolidar pela cidade”, constatou.
Já a professora Maria Laura Cavalcanti, trouxe a discussão para os dias atuais, falando da espetacularização dos desfiles e da questão da temporalidade assumida pela festa: “sou uma das entusiastas do carnaval nos moldes de hoje. Acima de tudo, você dar relevância a algo temporal, só realça o caráter positivo dos desfiles”, defendeu.
Fechando o debate, Felipe Ferreira fez um apanhado das questões mais relevantes abordadas por seu livro e terminou dizendo que, ao contrário do que muitos dizem, o carnaval está longe de morrer: “se você deixar de olhar o carnaval como uma simples evolução cronológica, como muitos fazem hoje, com raríssimas exceções, e passar a entendê-lo como uma experiência de troca, de convivência, verá que essa festa maravilhosa está longe de acabar; pelo contrário, está cada vez mais em processo de transformação, renovação. Senão não teríamos tanta gente importante hoje aqui nesse evento”, afirmou.
Na hora dos autógrafos, figuras importantes do carnaval carioca marcaram presença, como a eterna Porta-Bandeira da Imperatriz Leopoldinense Maria Helena, o intérprete da escola de Ramos, Ronaldo Ylê; o atual Rei Momo, Marcelo Reis e o Superintendente Geral do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, Professor Moacyr Barreto, um dos diretores da Estação Primeira de Mangueira.