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UFRJ oferece cursos de formação continuada

A Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, firmou o primeiro convênio para o curso de atualização de professores do Ensino Médio do Estado na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Com cerca de 1000 professores inscritos, o curso visa ampliar o uso e a familiarização dos docentes com as tecnologias educacionais, oferecer subsídios teórico-metodológicos e construir propostas interdisciplinares de trabalho.

agencia2197T.gifA Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (SEE-RJ), firmou o primeiro convênio para o curso de atualização de professores do Ensino Médio do Estado do Rio de Janeiro na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Nesse curso, que se iniciou dia 25 de julho passado, um dos objetivos principais é a preparação de material didático a ser utilizado pelas escolas com implementação da reorientação curricular. Propiciar o uso e a familiarização com as tecnologias educacionais, oferecer subsídios teórico-metodológicos para os professores e construir proposta interdisciplinares de trabalho são também finalidades do curso, que tem como público alvo professores de Matemática, Física, Química e Biologia. A carga horária é de 120 horas, sendo 96 presenciais e 24 à distância. Para que os alunos sejam contemplados com certificado ao final, é necessário que os participantes tenham, pelo menos, 85% de presença.

Segundo uma das coordenadoras do curso de atualização na UFRJ, professora Ângela Rocha, este ano, a Universidade está promovendo duas grandes ações na formação continuada dos profissionais do magistério. “A primeira delas é o curso de capacitação de coordenadores pedagógicos, que atende 2100 coordenadores pedagógicos do estado. Já a segunda é o curso de atualização dos professores do Ensino Médio do Rio de Janeiro, com 1000 docentes inscritos”, ressalta. Ainda na opinião da coordenadora, ao longo dos anos, o profissional de educação foi desvalorizado e o pouco se investiu na formação deles. No entanto, com as mudanças de políticas públicas percebeu-se que a formação continuada, além de ser uma necessidade intrínseca a qualquer profissão, é imprescindível para o professor. “Há novas políticas públicas definidas que oferecem um acréscimo salarial ao professor de acordo com sua qualificação”, explica.

Cada um dos cursos tem 75 turmas espalhadas por todo o estado, inclusive nas instalações da UFRJ. As aulas são distribuídas durante os dias da semana, sobretudo aos sábados, devido à jornada de trabalho destes profissionais. Também faz parte dos programas de formação continuada a capacitação para professores do Ensino Fundamental e a reorientação curricular para o Estado do Rio de Janeiro, em que a UFRJ participou, ano passado, como consultora, apoiando a ação dos professores da rede estadual de ensino na elaboração da proposta.

Núcleos Temáticos
O curso foi estruturado através cinco núcleos temáticos. O primeiro está relacionado com os conteúdos pedagógicos, no qual são discutidos a questão curricular e o papel do professor na sociedade. O segundo refere-se ao conteúdo específico das áreas de Biologia, Física, Matemática e Química, além de tratar a questão da interdisciplinariedade. O terceiro núcleo temático é o treinamento em Tecnologias de Informação e Comunicação, visando garantir que os professores tenham o conhecimento mínimo do funcionamento do computador. Já o quarto núcleo apresenta temas científicos e culturais contemporâneos, onde os alunos terão de assistir a um filme que aborde questões científicas, além visitar um museu e participar de um ciclo de quatro palestras. O quinto e último núcleo temático aborda temas sociais contemporâneos relacionados à juventude e ao cotidiano escolar e os alunos precisarão assistir a três palestras sobre o tema.

Segundo a coordenadora de Física na formação continuada, Marta Barroso, a avaliação final dos participantes do curso será a elaboração de um caderno didático, que será entregue a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro. “Os cadernos didáticos serão produzidos em grupos, sob a supervisão de um professor-orientador do curso de formação continuada, e aplicados em sala de aula para avaliar sua eficácia. Concluída esta etapa, os cadernos retornam para correção possíveis falhas e avaliação final”, explica.

De acordo com Ângela Rocha, a formação continuada na UFRJ não é uma novidade, já que desde a década de 80 a Universidade defende e implementa projetos de extensão que visam a permanente qualificação dos profissionais de educação. “A UFRJ há anos tem programas muito bem estruturados a respeito da questão da formação permanente dos professores, inclusive, dos professores em serviço. Principalmente, porque as ações propostas pela Universidade visam atender o professor que atuará na rede pública de ensino, porque esta é a única acessível a maior parte da população, e por isso, a única que pode promover as transformações sociais”, enfatiza.

Entenda melhor a formação continuada

Pensando no pleno desenvolvimento das competências de professores e alunos, o MEC criou a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica. A Rede é composta por Universidades, que são centros de pesquisa e desenvolvimento da educação. Cada Universidade possui uma equipe que desenvolve uma proposta de trabalho para a formação dos professores que integram os sistemas Estaduais e Municipais de Educação.
Os princípios e diretrizes para implementação da Rede Nacional de Formação Continuada adotados pelo MEC são:
· A formação continuada é exigência da atividade profissional no mundo atual;
· A formação continuada deve ter como referência a prática docente e o conhecimento teórico;
· A formação continuada vai além da oferta de cursos de atualização ou treinamento;
· A formação para ser continuada deve integrar-se no dia-a-dia da escola; e
· A formação continuada é componente essencial da profissionalização docente.

O convênio assinado entre a UFRJ e SEE-RJ faz parte do Subprograma das Unidades Federadas do Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio (Promed), no âmbito do Programa Nacional de Incentivo à Formação Continuada de Professores do Ensino Médio (Pro-Ifem), que tem como objetivo apoiar as Secretarias Estaduais de Educação (SEEs) na seleção, fomento e avaliação de projetos multidisciplinares de formação continuada a serem realizados por Instituições de Ensino Superior (IES). O Promed foi desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) e financiando pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).