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UFRJ e uma nova comunicação na Maré

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agencia2131T.jpgComo sempre disposta a incentivar a educação dentro e fora das fronteiras acadêmicas, a UFRJ esteve presente, no último dia 8, no lançamento da Escola Popular de Comunicação Crítica, iniciativa do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, na comunidade da Maré, bairro adjacente à Ilha do Fundão. O evento contou com representantes das entidades que participam do projeto, como o professor da Escola de Comunicação da UFRJ, Moniz Sodré; o jornalista Aydano André Mota, do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e da Deputada Federal do PC do B, Jandira Feghalli.
A construção de alternativas de comunicação e cultura a partir do ponto de vista das comunidades populares é o principal objetivo da Escola Popular de Comunicação Crítica que inicia suas atividades no próximo dia 29, reunindo jovens da região da Leopoldina, oriundos de Vigário Geral, Parada de Lucas, Maré, Manguinhos, Complexo do Alemão, Jacarezinho e Mangueira.
“O curso terá a duração de um ano, dividido em 3 períodos de 4 meses. Para poder freqüentar as aulas, os estudantes devem estar no último ano do ensino médio ou já tê-lo concluído e ter disponibilidade à noite, para as aulas teóricas, e aos finais de semana, quando acontecerão as atividades práticas”, afirmou Vítor Monteiro, jornalista do Observatório de Favelas.
O projeto começou a ser discutido há cerca de seis meses, tendo como base a idéia da democratização dos meios de comunicação. Além do Sindicato dos Jornalistas e da UFRJ, também fazem parte da iniciativa a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), UFF, UERJ, Canal Futura e o Grupo AfroReggae. As aulas de leitura crítica, vídeo, fotografia, comunicação integrada (jornalismo impresso, rádio e internet) e inglês, serão ministradas por profissionais de comunicação e professores universitários.
“Uma das funções principais da Universidade, além do ensino e da pesquisa, é de ser uma espécie de Fórum do debate da polis, da cidade onde se insere. E, em geral, as universidades são muito fechadas, e esse projeto serve para abrir um pouco mais o debate, cooperando com iniciativas populares”, afirma o professor Moniz Sodré, representante do LECC (Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária), da ECO/UFRJ, que mandará monitores para o projeto.
Na noite do evento, o coordenador do Observatório de Favelas, prof. Jaílson de Souza e Silva, da UFF, ressaltou a importância da Escola Popular e do apoio das entidades comprometidas com seu funcionamento. Segundo ele, a Escola ajudará a formar jovens com olhar diferenciado, com uma visão crítica. Depois de rápidos discursos dos representantes dessas entidades, foram apresentados filmes feitos pelos futuros alunos e uma exposição de fotografias da Escola de Fotógrafos Imagens do Povo.
Falando para um público estimado de 100 pessoas presentes na sede do Observatório de Favelas, a deputada Jandira Feghalli falou da relevância do projeto, dizendo que as coisas evoluem, apesar de todos os problemas e das crises que o país enfrenta.
“Fico realmente muito feliz e tranqüila de poder olhar nos olhos das pessoas nas ruas sem nenhuma culpa, mesmo sendo do Congresso Nacional. Apesar da crise política que passamos hoje, é maravilhoso ver que ainda conseguimos conquistas como essa da Escola Popular”, disse.
Maiores informações sobre a Escola Popular de Comunicação Crítica e sobre o Observatório de Favelas no site www.observatoriodefavelas.org.br.