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Memória

Leite Lopes ministra Aula Magna na UFRJ

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agencia1860T.jpgApós a execução do Hino Nacional brasileiro, com o auditório lotado por alunos, professores e funcionários, a Universidade Federal do Rio de Janeiro inaugurou oficialmente o ano letivo de 2005 com a Aula Magna ministrada pelo físico e professor Emérito da UFRJ, José Leite Lopes, um dos pioneiros do desenvolvimento científico contemporâneo no Brasil. O convite foi feito a ele pelo fato de 2005 ser considerado o Ano Internacional da Física e o centésimo aniversário do “Ano Milagroso”, que marca a produção científica de Albert Einstein.
Para o reitor, promover a Aula Magna com o professor foi um dos momentos mais importantes da Universidade. “O professor José Leite Lopes é representante da luta contra as dificuldades de construção do saber científico nas universidades. Além disso, militou pela modernização do ensino superior e, por ter uma posição política notória, foi perseguido pela ditadura, tendo que reconstruir sua vida acadêmica fora do país”, afirma Aloísio Teixeira.
Ao proferir seu discurso, Leite Lopes, Ph.D. na Universidade de Princeton, EUA, falou sobre a importância de debater assuntos como ciência e tecnologia na sociedade atual, pois estes são temas de relevância para o progresso econômico e cultural do Brasil. Segundo o professor, um dos marcos mais importantes para esse desenvolvimento foi a fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na cidade de São Paulo, em 1948.
O professor ressaltou ainda a importância da criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como instituição de fomento para a formação de jovens pesquisadores.
Por fim, Leite Lopes falou de sua experiência em Princeton, que o fez perceber que as universidades brasileiras estão esquartejadas nos centros urbanos, muitas sem condições de abrigarem laboratórios científicos.
– Para quem acabava de viver a vida universitária nos Estados Unidos, no sempre vivo e florescente ambiente dos campi americanos, era desagradável contemplar o esquartejamento das nossas tardias universidades em prédios separados e espalhados pelas cidades, sem condições de abrigar laboratórios de pesquisa e oficinas técnicas, sem bibliotecas, gabinetes de trabalho e salas de aula adequadas, ressalta o professor.
O professor José Leite Lopes, ao concluir sua exposição, foi aplaudido de pé pelos espectadores.

Leia o discurso na íntegra.