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Hora de pôr a casa em ordem

Após um longo período de desordem, marcado por denúncias de irregularidades administrativas, justas reclamações dos estudantes e greve de funcionários, a Faculdade de Direito (FD) começa a reescrever a sua história acadêmica.
Com a assinatura pelo Reitor de Portaria exonerando o diretor Armênio Albino da Cruz Filho, que renunciou ao cargo em 21 de março, a Reitoria pôde iniciar, com tranqüilidade, o processo que restituirá a normalidade acadêmica à FD.

agencia1817T.jpgNesta segunda-feira, dia 28, o reitor Aloísio Teixeira esteve no Largo do Caco para a investidura dos novos responsáveis pela direção da Faculdade, em seus respectivos cargos. Na rápida reunião realizada no Gabinete da Direção, assumiram o diretor pro tempore, professor Adilson de Oliveira, o vice-diretor pro tempore, professor Protásio Dutra Martins Filho e o coordenador de graduação, professor Ericksson Rocha e Almendra. Eles foram apresentados à diretora do Escritório Técnico Universitário (ETU), Maria Ângela Dias, ao prefeito Hélio Mattos, aos pró-reitores Luiz Afonso Mariz (Pessoal, PR-4) e José Roberto Meyer (Graduação, PR-1) e o superintendente de Administração e Finanças, Milton Flores, que reiteraram total apoio a nova gestão.
O plano da Reitoria é de que a nova diretoria exerça sua função e ponha ordem na instituição, ao longo de seis meses, convocando, a seguir, eleições. De acordo com o reitor, a escolha de professores para dirigir a FD oriundos de outras unidades da UFRJ, baseou-se em critérios de experiência acadêmica e administrativa, e no não envolvimento direto com as questões relativas à gestão anterior. “Resgatar o prestígio acadêmico e normalizar as atividades da FD são prioridades para a Reitoria”, sentenciou o professor Aloísio Teixeira.
O novo diretor, Adilson de Oliveira, afirmou que todas as aulas serão oferecidas, utilizando-se o remanejamento de professores substitutos, ainda que seja necessário recompor o quadro docente (atualmente, com 43 efetivos) com novos concursos públicos. O professor, que já foi diretor administrativo do Instituto de Economia, destacou que o apoio da Reitoria será fundamental, e assegurou que não se furtará ao diálogo com os estudantes representados pelo Centro Acadêmico Cândido Oliveira (CACO). “A FND deve recuperar e reagrupar suas forças para que ela mesma encontre seu rumo”, disse Adilson, enfrentando um desafio incomum aos seus 28 anos como professor da UFRJ.
O vice diretor, professor Protásio Martins, com 30 anos de UFRJ, assinalou que é preciso recuperar as instalações físicas da Faculdade e revisar seu regimento interno, resgatando os mecanismos de decisão, entre outras medidas básicas de recuperação institucional.
Outros problemas foram discutidos, como a lotação das salas de aula, no período da manhã, com turmas de 130 alunos, a inadequação do currículo, que precisa ser reformado e integrado adequadamente ao SIGA (Sistema Integrado de Gestão Acadêmica), a regularização das inscrições em disciplinas. Ericksson Rocha destacou ainda que é imprescindível preparar o próximo semestre letivo com maior antecedência, bem como resolver o passivo acadêmico. Ele espera contar com o apoio dos funcionários que conheçam em profundidade os mecanismo de funcionamento da Unidade.
Os servidores se reunirão para discutir o fim da greve, uma vez que a turbulência administrativa que tanto prejudicou a imagem da Faculdade chegou ao fim.