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O barbeiro que se cuide

O genoma do inseto prestes a ser seqüenciado.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, e do Instituto de Bioquímica Médica, também da universidade tiveram o projeto para sequenciamento do genoma do inseto conhecido popularmente com barbeiro ou chupança, aprovado pelo instituto de pesquisa mais importante dos Estados Unidos, o “National Institute of Helth”.

agencia1803T.jpgPesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, e do Instituto de Bioquímica Médica, também da universidade tiveram o projeto para sequenciamento do genoma do inseto conhecido popularmente com barbeiro ou chupança, aprovado pelo instituto de pesquisa mais importante dos Estados Unidos, o “National Institute of Helth”. O Instituto disponibilizou a quantia de 8 milhões de dólares para o desenvolvimento do projeto. Entretanto, segundo o pesquisador Hatisaburo Masuda, esse montante não será suficiente para completar a pesquisa. “Esse valor não será suficiente… Se quiserem uma pesquisa completa, terão que desembolsar mais verba”, disse.
Masuda, em síntese, falou que o objetivo básico do projeto é decifrar o genoma do Barbeiro, do Rhodnius prolixus, que é o inseto vetor da doença de Chagas. “A idéia é conhecer em detalhes seu genoma, pois conhecendo muito bem o nível molecular que ele é composto, fica mais fácil atacar a doença de Chagas”.
Os brasileiros representam uma fração significativa do grupo de pesquisadores do projeto, no qual também estão incluídos cientistas canadenses, norte-americanos, argentinos, paraguaios, uruguaios chilenos e franceses. A participação esmagadora latino-americana e brasileira se deve à longa tradição em pesquisas com o inseto.
Por fim, Hatisaburo Masuda afirmou que a aprovação desse projeto coloca o Brasil em posição de destaque junto à comunidade científica internacional. “Trata-se de um consórcio internacional onde estão envolvidos 32 pesquisadores, sendo 14 da UFRJ. Isso, por sua vez, faz com que nós, da UFRJ, tenhamos nosso trabalho reconhecido e respeitado internacionalmente”. Entre os integrantes deste grupo está o professor José Roberto Meyer, atual pró-reitor de Graduação da UFRJ.
A Doença de Chagas é transmitida no ato de alimentação do inseto. O Barbeiro pica e, assim que termina de chupar o sangue da vítima, defeca, colocando protozoários em contato com a ferida. Essa doença também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou durante a gravidez, de mãe para filho. Desta forma, decifrar o código genético desse inseto permitirá avanços significativos nas áreas da pesquisa biomédica e biológica, pois poderá viabilizar a formulação de drogas capazes de impedir o desenvolvimento do Trypanossoma cruzi no interior do inseto.
Já existem algumas formas de controlar a proliferação do inseto. A mais comum é a utilização de inseticidas. Porém, esse tipo controle apresenta falhas. Os inseticidas possuem eficácia momentânea, se não utilizados com freqüência, não apresentam a menor eficiência.