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Lessa, a Casa é sua

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agencia1668T.jpgO professor, e ex-Reitor da UFRJ, Carlos Lessa recebeu, nesta sexta-feira, 26 de novembro, as boas-vindas da comunidade acadêmica. O evento ocorreu no Salão Pedro Calmon, às 19h, no campus da Praia Vermelha, e prestigiou o ex-presidente do BNDES, que retorna à função pela qual gosta de ser reconhecido. A emocionante recepção, com a presença de alunos, políticos, e professores, foi aberta pelo diretor do Instituto de Economia (IE), João Sabóia, pelo decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), Alcino Ferreira, e o Reitor Aloísio Teixeira. Antes que Lessa começasse sua palestra, o Reitor agraciou o colega com a medalha Minerva, que lhe foi conferida por aclamação na última reunião do Conselho Universitário.
Após receber a medalha, Lessa falou aos presentes sobre sua passagem pelo governo Lula e o estado atual da economia brasileira. O professor afirmou que o aparelho estatal e a Constituição de 1988 foram mutilados na década de 90, o que foi além de suas piores expectativas. Várias instituições estão à míngua, sem renovação de suas equipes, o que reflete, negativamente, na criação e andamento de projetos. Lessa ironizou, também, a crença nas PPPs e no “maná” dos investimentos externos como salvação do país. “Temos de usar criatividade para gerar novos protagonismos sociais. É necessário usar fomento social em economia solidária, em setores de alta rentabilidade”, afirmou. Em sua opinião, não há muitos investimentos para serem atraídos, uma vez que a maioria das grandes multinacionais está instalada no Brasil.
Lessa enfatizou que a Defesa nacional é um tema muito importante, e enumerou como aspectos correlatos: indústria bélica; auto-suficiência energética; Embrapa; estoques reguladores de gêneros agrícolas; fármacos básicos e integração continental.
Ao descrever sua passagem pela presidência do maior banco de fomento da América Latina, Carlos Lessa criticou a elite brasileira, que pede ajuda “de pai para filho”, sem, contudo, oferecer garantias ao BNDES. Esta mesma elite que despeja recursos em obras do Palácio da Alvorada, e ignora a reconstrução de hospitais públicos.
No encerramento, o Reitor Aloísio Teixeira destacou o resgate da auto-estima e da capacidade de sonhar na gestão de Lessa à frente do BNDES, e, após lembrar-se de um poema de Drummond sobre Dom Quixote, emocionou o homenageado, arrancando aplausos do público. “Este parece ser seu destino. Ao ver um sonho desfeito, da poeira do chão recompô-lo maior. Pessoas que são assim, que têm essa capacidade, não podem ser vencidas. Porque a derrota é apenas o momento da reconstrução do sonho, cada vez maior. Então eu peço ao professor (Lessa) que sonhe, nunca pare se sonhar. Pois os seus sonhos são os nossos sonhos” afirmou o Reitor.