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Campus Avançado no Espírito Santo

A Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), estende suas ações para o estado do Espírito Santo, atuando em projetos de interesse sócio-ecológicos.

agencia1443T.jpgA Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Estação Biológica de Santa Lúcia (EBSL), estende suas ações para o estado do Espírito Santo, atuando em projetos de interesse sócio-ecológicos.

Santuário da vida selvagem e um corredor de Mata Atlântica a EBSL é o berço de muitos projetos multidisciplinares realizados por pesquisadores, estudantes de graduação, mestrado, pós-graduação e doutorado da UFRJ e de outras universidades.

Dentro da estação biológica encontra-se sepultado seu criador, Augusto Ruschi, Naturalista do Museu Nacional do Rio de Janeiro e patrono da Ecologia brasileira. A área do campus se estende por 440 hectares pertencentes ao Museu de Biologia Professor Mello Leitão, Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Sociedade de Amigos do Museu Nacional.

A mata atlântica é considerada pela UNESCO como reserva da biosfera, abrigando 7% de todas as espécies do planeta. Na região de Santa Teresa (E.S) são encontrados cerca de 76 espécies de mamíferos, 5 de primatas, 125 tipos de orquídeas, entre outros.

Com vocação principal de auxiliar pesquisas científicas, devido o alto nível de preservação e a facilidade de acesso, a estação atualmente possui 21 projetos em andamento e já publicou diversas produções científicas na área de botânica, com as orquídeas, antropológica, com a análise das comunidades, e de outras áreas.

Hilton Pereira da Silva, professor do departamento de Antropologia do Museu Nacional e do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, além de coordenador do setor de Antropologia Biológica do Museu Nacional (UFRJ), realiza, ao lado da professora Tânia Wendt, do Departamento de Botânica (UFRJ), o projeto de Antropologia Biológica na área da EBSL.

Este projeto visa contribuir para o entendimento das relações entre a biodiversidade local, os seres humanos e meio ambiente da Mata Atlântica. Atualmente, está coletando dados e pretende desenvolver ações de retorno para a comunidade no próximo ano.

Para Hilton Pereira o mapeamento dos habitantes locais, nas questões socioeconômicas e de saúde, irá gerar o perfil da população que interfere na região e com essas informações é possível traçar políticas direcionadas para eles, evitando, assim, ações genéricas que são adotadas sem levar em consideração as necessidades específicas da região.

As pessoas pouco sabem sobre populações locais, criando uma visão distorcida de como elas interagem com o meio. É necessário conhecê-las para depois criar ações específicas para cada região afirma o professor Hilton Pereira.

O campus avançado da UFRJ também sofre com a falta de verba, possuindo infra-estrutura para abrigar apenas 18 pessoas, salas de aulas com poucos equipamentos e dispõe de um guarda para patrulhar a área. O IBAMA/ES em parceria com a EBSL doou recentemente um grande lote de madeira apreendida, que poderá ser utilizada em melhorias e ampliações da estrutura do campus.

Será transferido para a região de Santa Teresa um Jeep Ford Willians, ano 1971, com eixo longo, dois bancos para 6 passageiros e um reboque de cargas, que está sendo reformado no Núcleo de Preservação Ambiental do Museu Nacional para atender os docentes, alunos, pesquisadores e funcionários da UFRJ em trabalhos na região.

É um trabalho muito gostoso e espero em breve contar com alunos de graduação, da nossa instituição, interessados em manejo e conservação de espécies ameaçadas de extinção comenta o funcionário Eduardo Martins de Barros, que se encontra atualmente na Estação Biológica, apoiando as principais atividades na Estação Biológica.

Mais informações: www.shcom.com.br/sites/ebsl