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Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ

A solenidade de instalação do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ aconteceu no dia 7 de setembro. Logo após a serena apresentação de compositores brasileiros executados por alunos da Escola de Música, o reitor Aloísio Teixeira e a Vice-Reitora Sylvia Vargas deram início aos trabalhos na futura sede da entidade, a Casa do Estudante Universitário.

agencia1429T.jpgUma solenidade curta e expressiva. Assim pode-se definir a instalação do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, ocorrida à noite dia 7de setembro, na Casa do Estudante Universitário, à Av. Rui Barbosa 762, futura sede da recém-criada entidade. Logo após a serena apresentação de compositores brasileiros, como Villa-Lobos e Radamés Gnattali, executados pelo professor da Escola de Música Eduardo Monteiro (flauta) e o aluno de mestrado Paulo Pedrassoli Jr. (violão), o reitor Aloísio Teixeira e a Vice-Reitora Sylvia Vargas deram início a solenidade. Uma data especial para a instalação do Colégio, observou Aloísio, uma vez que a Universidade comemora seu aniversário de fundação, instituída por decreto em 7 de setembro de 1920.
Convidado a compor a mesa de abertura, o professor emérito da UFRJ, Eduardo Portella sintetizou os objetivos do Colégio : “Será antes um lugar de irradiação cultural, científica, pedagógica no mais amplo sentido. Será uma instância persuasiva, de reflexão, proposição, reoxigenação intelectual. Terá certamente a função de instar e promover o conhecimento nacional, e de difundir e intercambiar experiências internacionais”. Clique aqui para a íntegra do discurso
Segundo as bases de sua criação, as atividades iniciais do Colégio serão organizadas em torno dos seguintes núcleos:
Mundo. Núcleo de estudos sobre o estado do mundo, do eixo Sul-Sul às mais recentes formações, sempre tendo em vista regulações internacionais inexploradas ou necessárias.
Ciência. Núcleo de promoção de pesquisas de ponta, integrando áreas distintas, caracterizando-se como instigador da “ciência com consciência”.
Humanidades. Núcleo de crítica voltado para a produção cultural contemporânea a partir das transformações globais em curso e seu impacto sobre as sociedades em desenvolvimento.
Brasil. Núcleo destinado a investigar a realidade brasileira através de seus intérpretes, estabelecer o diálogo entre diferentes matrizes teóricas e promover novas reflexões sobre o Brasil contemporâneo.
Cada cátedra será administrada pelo coordenador de cada um dos quatro núcleos que compõem o Colégio. As cátedras não terão ocupantes permanentes. Anualmente, cada cátedra receberá pesquisadores visitantes do mais alto nível em padrões internacionais, para estágios de duração variável, a fim de desenvolver programas de atividades específicas, tais como pesquisas, seminários, simpósios e reuniões de trabalho.
O Colégio será dirigido por um Conselho Diretor, na forma de seu Regimento.
Segundo o reitor, neste mês será instituído um Conselho Diretor Provisório, com a responsabilidade de preparar as primeiras atividades do Colégio e elaborar o regimento, que será submetido ao Conselho Universitário, órgão supremo de deliberação da UFRJ. Uma vez aprovado, o Colégio assume uma feição mais definitiva em seu funcionamento. Aloísio destacou durante a cerimônia que lamentava a impossibilidade pessoal do professor Portella não poder dar continuidade ao trabalho que desempenhara junto à comissão encarregada de constituir as bases do Colégio de Altos Estudos, agradecendo em nome da reitoria aos demais integrantes que colaboraram para sua criação. São eles os professor emérito Moyses Nussenzveig, os professores titulares Heloisa Buarque de Hollanda e Adilson de Oliveira e os professores adjuntos Beatriz Resende e Laura Tavares Ribeiro Soares.
Nesta mesma noite em que se realizou sessão solene do Conselho Universitário foram homenageadas personalidades que se destacaram em momentos da vida brasileira marcados por atos e movimentos de resistência ao arbítrio e de defesa da soberania nacional. Foram agraciados com a medalha Minerva o cientista José Leite Lopes; o atual presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra; as lideranças políticas Vladimir Palmeira e Jean Marc Van der Weid; o cineasta Nelson Pereira dos Santos; os professores Luciano Martins de Almeida, Marcio Miller Santos, Clementino Fraga Filho, Maria da Conceição Tavares, Wanderley Guilherme dos Santos e Wanderley de Souza, atual Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia.
O professor Clementino Fraga Filho, professor emérito e ex-reitor da UFRJ, externou ao repórter do Olhar Virtual sua surpresa pelo reconhecimento e afirmou: “Para quem esteve na Universidade durante 60 anos, é muito gratificante. A melancolia da velhice vai sendo compensada pelos afetos.”
Encerrando a celebração, os participantes puderam apreciar a exposição A Evolução da Liberdade, que conta a história das lutas de resistência ao poder colonial, imperial e aos golpes e ditaduras da República no Brasil. Imagens inéditas e textos de protagonistas de movimentos sociais registram em painéis a versão da história sem o verniz oficial.
Esta exposição, elaborada pela curadora Eliane Pszczol , teve a colaboração do historiador Marcus Venício e das programadoras visuais Paula Nogueira e Luciana. O setor de Cerimonial e a Assessoria de Produção e Promoção Institucional da reitoria foram os responsáveis pela organização da solenidade. Este último informa que os painéis permanecerão em exposição na antiga Casa do Estudante Universitário, hoje sede do Colégio.