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Memória

De Olho na Catarata

A campanha de combate à catarata congênita, Gotinha Iluminada, que foi desenvolvida com sucesso, neste último sábado, em conjunto com a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, é uma iniciativa do Projeto Luz, criado por Luciano Gonçalves, professor adjunto de Oftalmologia da UFRJ.

agencia1405T.jpgA campanha de combate à catarata congênita, Gotinha Iluminada, que foi desenvolvida com sucesso, neste último sábado, em conjunto com a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, é uma iniciativa do Projeto Luz, criado por Luciano Gonçalves, professor adjunto de Oftalmologia da UFRJ.
A campanha recebeu este nome, pois o diagnóstico é feito mediante a iluminação dos olhos do paciente pela luz de um oftalmoscópio, o chamado “exame do reflexo vermelho”. Como garante Gonçalves, o equipamento é barato e o procedimento rápido, fácil e preciso. Os olhos de uma pessoa saudável refletem um brilho avermelhado ao serem iluminados. Caso isto não aconteça, é constatada a opacificação do cristalino, o que indica uma alta probabilidade de que se tenha catarata. O resultado definitivo é obtido pelo ultra-som.
A catarata afeta 0,4% dos recém-nascidos, o que para um leigo pode parecer pouco, mas é um número significativo em se tratando de uma doença congênita. É muito improvável que os pais percebam problemas visuais em seus filhos, até que estes comecem a andar. Neste ponto, contudo, o tratamento se torna muito difícil, e a cegueira, praticamente inevitável. Isto faz com que a conscientização ganhe um papel importante, não apenas na população leiga, mas, sobretudo na comunidade médica.
Embora desconhecido, o exame do reflexo vermelho é garantido pela legislação municipal. O artigo 1.º da lei 3. 931, de 2002, estabelece que “As maternidades e os estabelecimentos hospitalares congêneres, no Estado do Rio de Janeiro, ficam obrigados a realizar exame de diagnóstico clínico de catarata congênita, em recém-nascidos, pela técnica conhecida como ‘reflexo vermelho’”. Os casos positivos devem ser encaminhados à cirurgia, em, no máximo, trinta dias. O pós-operatório exige cuidados especiais de enfermeiros e pediatras, para evitar infecções, assim como é necessário o estímulo à visão.
Tatiana Takayassu, do grupo alunos da Faculdade de Medicina, da UFRJ, que participou, voluntariamente, da campanha Gotinha Iluminada, atendeu muitas famílias, no posto de saúde da rua Silveira Martins, no Catete, e estava empolgada com esta possibilidade de aplicação imediata do conhecimento obtido na universidade. “É muito gratificante. A gente se sente útil”, afirmou Tatiana, aluna do oitavo período.
Nos dois postos, Catete e Tijuca, onde a campanha ocorreu, mais de 500 crianças foram atendidas, e, felizmente, nenhum caso de catarata foi diagnosticado.