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Homenagem à vencedora do Prêmio L’Oréal-Unesco

Homenagem à vencedora do Prêmio L’Oréal-Unesco

agencia1155T.jpgA manhã do dia 28 de abril trouxe muitos motivos de orgulho para a comunidade acadêmica da UFRJ. No auditório Hélio Fraga, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), foi organizada uma solenidade para homenagear a professora Lúcia Mendonça Previato, que fora agraciada com o Prêmio L’Oréal-Unesco 2004. Além da homenagem, também foram saudados dois novos professores titulares, Pedro Persechini e José Osvaldo Previato, e duas novas professoras adjuntas, Ana Cristina Espírito Santo e Mariana Sá Pereira.
Inicialmente houve a execução do Hino Nacional sob o acompanhamento da voz de Luan Góes e da flauta de Manuela Fernandes, jovens músicos que atuaram recentemente na récita “A Flauta Mágica”, NO Teatro Municipal e participam do Coro Infantil da Escola de Música da UFRJ.
O reitor Aloísio Teixeira iniciou a sessão ressaltando o valor da contribuição da Universidade ao desenvolvimento da ciência. “Se mesmo com a difícil situação que nós vivemos, ainda conseguimos uma produção científica da qualidade do trabalho representado pela professora Lúcia Previato, que coisas ainda mais fantásticas seríamos capazes de fazer se essas condições fossem AS adequadas ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da cultura numa universidade importante como a UFRJ?”, indagou Aloísio, agradecendo em nome da Universidade o esforço e trabalho da professora Lúcia.
Além do reitor da Universidade, prof. Aloísio Teixeira, fizeram parte da mesa o prof. Paulo Bisch, vice-decano do CCS, representando o decano prof. João Ferreira, o prof. Adalberto Vieyra, Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), o prof. Gerson Lima, representando o Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado e o prof. Rafael Linden, Diretor do Instituto de Biofísica.
Lúcia Mendonça Previato, professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho recebeu o “Prêmio L’Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência 2004” por suas contribuições no entendimento, tratamento e prevenção da doença de Chagas. O prêmio é concedido a uma pesquisadora de cada continente, com mérito científico reconhecido mundialmente, enaltecendo, assim, o valor da mulher nessa carreira.
A respeito da professora Lúcia, foram significativas as palavras do prof. George dos Reis, que relatou sua produção científica como intensa e de alta qualidade. “Os trabalhos da professora elucidaram a estrutura molecular de compostos de açúcares da superfície de parasitas, descreveram uma nova enzima, crítica para a sobrevivência do Trypanosoma cruzy, contribuindo para o desenvolvimento de agentes quimioterápicos contra infecções de parasitas. Além disso, sua atividade formadora povoou a Universidade com pesquisadores e docentes de talento, dedicados à microbiologia e à imunologia. Se a grande qualidade profissional da professora Lúcia é o seu absoluto rigor analítico, a sua grande qualidade pessoal é a generosidade. A Lúcia sempre ajudou os necessitados de uma forma muito humana e num outro ângulo, sempre ajudou muita gente jovem e sem recursos a fazer pesquisas, não só por meio de colaborações, como ajudando a equipar os laboratórios destes pesquisadores”, elucidou prof. George.
Ao agradecer as homenagens, a Prof. Lúcia Previato aproveitou para pedir mais atenção e organização da Universidade em relação aos problemas como importação de materiais e equipamentos, que afetam muito o desenvolvimento das pesquisas científicas.
Em seguida, o prof. George dos Reis saudou o professor José Osvaldo Previato, pela sua ascensão ao cargo de professor titular, destacando a qualidade de seu trabalho como bioquímico, seu entusiasmo e paixão pela ciência. Coube a prof. Vivian Rumjanek saudar, em nome da Congregação, o também novo professor titular Pedro Persechini, que possui importantes feitos na área da pesquisa científica e grande envolvimento com a difusão da ciência para além das fronteiras universitárias. Diretor do Espaço Ciência Viva, prof. Pedro também é exemplo de que é possível fazer e difundir boa ciência.
As duas novas professoras adjuntas do Programa de Interação Básico-Clínica, do ICB, Ana Cristina Espírito Santo e Mariana Sá Pereira, foram saudadas pela professora Celeste Elia, membro da banca que as escolheu no concurso. “Nossa missão nessa Universidade é ensinar criando, ensinar fazendo, ensinar questionando, ensinar sempre. Os desafios são muitos, as dificuldades também e o entusiasmo tem que persistir”, concluiu professora Celeste.
Ao final da solenidade ressaltou-se o fato de que três categorias de ritos foram cumpridas: homenagem a uma professora da Instituição, acolhida de dois professores titulares no grau mais alto da carreira acadêmica e de duas jovens professoras num nível inicial de carreira universitária. Todos os níveis de méritos estavam, portanto, representados na solenidade. “Um rito de iniciação, um rito de passagem e um rito de consagração”, enfatizou o reitor Aluísio Teixeira, ainda acrescentando que ao reafirmar esses ritos, igualmente reafirmam-se os valores de dedicação à ciência, ao ensino e à pesquisa, de reconhecimento da importância da Universidade.
Aluísio ratificou o fato da Universidade sempre ter vivido uma história de resistência, de lutas, de construção e reconstrução diante as dificuldades enfrentadas. “A dificuldade maior é a frustração das esperanças de que nós poderíamos hoje estar numa trajetória diferente. Não está sendo o que queríamos, mas vale a pena continuar a lutar. A Universidade merece, sem ela o país jamais será o que queremos que seja”, concluiu o reitor.

Legenda das fotos (de cima para baixo):
1) Prof. Lúcia Previato
2) Prof. Mariana Sá Pereira e reitor Aloísio Teixeira
3) Professores Pedro Persechini, Mariana Sá Pereira, Aloísio Teixeira, Ana Cristina Espírito Santo, José Osvaldo Previato e Lúcia Previato.