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Memória

Sempre na Luta

Com a chegada de 1°de dezembro, data instituída pela Organização Mundial de Saúde como Dia Mundial de Luta contra a Aids, as Tvs, rádios e órgãos de imprensa dão ênfase ao assunto, ao informar índices e tratamentos da doença. O que não se sabe é que Instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, através de pólos de pesquisa, ensino e atendimento aos soropositivos, superam seus próprios limites na busca de aprimoramento técnico e melhoria de vida dos pacientes com HIV.

agencia890T.jpgCom a chegada de 1°de dezembro, data instituída pela Organização Mundial de Saúde como Dia Mundial de Luta contra a Aids, as Tvs, rádios e órgãos de imprensa dão ênfase ao assunto, ao informar índices e tratamentos da doença. O que não se sabe é que Instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, através de pólos de pesquisa, ensino e atendimento aos soropositivos, superam seus próprios limites na busca de aprimoramento técnico e melhoria de vida dos pacientes com HIV.
Neste âmbito, trabalham em conjunto diversas unidades de saúde da UFRJ. O Hospital Escola Francisco de Assis (HESFA) assiste os soropositivos com o Programa de Assitência Integral ao Portador do HIV/AIDS, o PAIPHA.
Implantado desde junho de 97, o programa compreende quatro segmentos de atendimento: Serviço de Assistência Especializada (SAE), o Hospital Dia, Assistência Domiciliar Terapêutica e um dos setores mais procurados, o Centro de Testagem e Aconselhamento, que tem como objetivo o diagnóstico precoce do HIV com orientação pré e pós testagem.
Associado ao HESFA, o Projeto Praça Onze pesquisa novos tipos de drogas para o combate da Aids. O estudo mais recente desenvolve uma vacina que induz o corpo humano à produção de anticorpos do HIV. Serão incluídos na pesquisa, de abrangência internacional, voluntários sadios recrutados no Projeto Praça Onze.
Coordenado pelo Dr° Mauro Schechter, o projeto funciona desde 95, quando iniciou preparativos para o estudo da vacina contra Aids. Entretando, não é só a pesquisa que é sinônimo de referência na UFRJ. A Maternidade Escola em conjunto com o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira obteve sucesso na redução da contaminação vertical do HIV, ou seja, de mãe para filho.
A Drª Suzie Nogueira coordena o programa de Assistência Integral à Gestante HIV positiva (PAIGHP) que com uma medida simples, conquista grandes resultados, uma vez que o principal vetor de transmissão do vírus é a amamentação. O problema que a médica encontra é a baixa renda das pacientes que não podem comprar leite em pó, substituto do leite materno. Para reverter esse quadro, um grupo de voluntários fornecem com ajuda da prefeitura do Rio de Janeiro leites e outros objetos durante um ano.
O progresso alcançado pelas técnicas e pesquisas brasileiras já renderam frutos além-mar. O Ministério da Saúde pelo intermédio da UNESCO, promove o PCI, Programa de Cooperação Internacional que prova que países em desenvolvimento também são capazes de instituir programas de tratamento da AIDS. Serão dez os países, cinco africanos e cinco da América Latina que participarão do projeto recebendo orientação técnica e doações de medicamentos de diversas instituições públicas. À UFRJ coube o monitoramento da Bolívia, país em que 60% dos casos estão concentrados na cidade de La Paz e que irá fornecer o tratamento resultante do intercâmbio com o Brasil a 100 pacientes. O programa tem previsão de funcionamento de dois anos e após esse período a intenção é que os profissionais de saúde possam dar andamento ao projeto, uma vez que possuem a técnica, a experiência e os medicamentos para tanto. O Chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Luiz Antonio Alvez, foi palestrante dos bolivianos e avalia o programa: “Existe essa idéia de que o terceiro mundo não é capaz de tratar a AIDS, de que os remédios doados à Africa fariam com que os doentes adquirissem resistência ao remédio e que essa resistência se espalhasse pelo mundo. É muito bom que o Brasil possa alavancar outros países subdesenvolvidos a pesquisarem e desenvolverem métodos de tratamento e para que os pacientes tenham uma perspectiva maior de vida, com ganho de qualidade”. As pesquisas não param, irão avançar até que o dia mundial da Luta contra Aids não seja mais necessário.

Endereços

Hospital Clementino Fraga Filho
Edificio do Hospital Universitário – Cidade Universitária
Tel. 2562-6002

Hospital Escola São Francisco de Assis
Av. Presidente Vargas, 2863 – Cidade Nova
Tel. 2502-2760

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
Av. Brigadeiro Trompowski, s/n° – Cidade Universitária
Tel. 2562-6148

Maternidade Escola da UFRJ
Rua das Laranjeiras, 180 – Laranjeiras.
Tel. 2285-7935