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Memória

Cooperativismo para desenvolver o país

Ministro das Cidades, Olívio Dutra, participa de seminário organizado pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e fala da importância de se desenvolver esse trabalho. Reitor diz que iniciativa promove distribuição de propriedade.

agencia808T.jpgA Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Coppe/UFRJ (ITCP) promoveu nesta segunda-feira, dia 6, um dia repleto de atividades para discutir o papel da Universidade no combate às causas estruturais da pobreza, tomando como exemplo o caso das cooperativas populares. O ministro das Cidades, Olívio Dutra, o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, a diretora da Coppe, Angela Uller, e o presidente da Eletrobrás, Luis Pinguelli, participaram do evento. Pinguelli levantou uma questão importante: “algumas cooperativas são criadas para esconder o desemprego. A Universidade precisa revelar o problema e propor soluções para a sociedade. Ela tem de pensar o que é a cidade, o que é o país, e lutar para que haja pessoas mais felizes e com condições materiais mínimas para produzirem e garantirem sua sobrevivência. Foi com esse intuito que a ITCP da UFRJ foi criada”.
A opinião de Pinguelli foi proferida durante a mesa “Políticas Públicas para as cidades brasileiras”. Neste mesmo espaço o ministro Olívio Dutra reconheceu a importância das incubadoras de cooperativas populares. “Um pequeno empreendedor, que criou uma invenção interessante e que quer produzir seu produto, mas tem dificuldade no acesso ao crédito, pode ter através da incubadora uma espécie de berçário para começar a ter condições de produzir. Isso é importante”. Olívio Dutra foi o primeiro prefeito a implementar a experiência de incubadoras de cooperativas, quando estava à frente da prefeitura de Porto Alegre em 1997.
O ministro também ressaltou a importância de o pequeno empreendedor ter acesso facilitado ao microcrédito: “é importante que haja juros baixos para que a produção se inicie, dinamize a economia, qualifique os produtos e gere empregos.
Empregos são uma das vantagens em se criar incubadoras de cooperativas. A diretora da Coppe, Angela Uller, revelou que a ITCP já criou três mil empregos. Ela também contou um pouco da história da incubadora, que surgiu numa reunião em 1995 entre o sociólogo Herbert de Souza (Betinho), Dom Mauro Morelli e o próprio Pinguelli. A diretora também lembrou do compromisso social que a Universidade tem ao aplicar alta tecnologia nas incubadoras. “Somos sustentados pelos contribuintes e devemos à sociedade esse retorno”.
O reitor Aloísio Teixeira elogiou o seminário e ressaltou a importância de se trabalhar numa área de extrema sensibilidade como é o cooperativismo. Aloísio acredita que as incubadoras trabalham numa lógica de gerar empregos e renda, justamente no sentido inverso das políticas neoliberais implementadas na última década no Brasil. Além disso, na opinião do reitor, “pensar cooperativas é pensar os cinco séculos de história da nação e promover uma redistribuição da propriedade”. Um outro aspecto é a promoção do ensino, pesquisa e extensão e de uma formação cidadã. “Isso é intrinsico e extrínsico a esse movimento de cooperativismo”, disse Aloísio.
O reitor destacou ainda a presença do arquiteto Gonçalo Guimarães, um dos pioneiros na implementação do projeto de Incubadora de Cooperativas populares na UFRJ.
No final do encontro foram assinados convênicos entre a UFRJ, a Eletrobrás, o governo do Rio de Janeiro, a prefeitura de Alvorada/RS e pequenas empresas que trabalham com a política de economia solidária. Na ocasião foi lançado o livro Economia Popular Solidária e Políticas Públicas: a experiência pioneira no Rio Grande do Sul, prefaciado pelo ministro Olívio Dutra e escrito pelo coordenador de incubagem da ITCP, Paulo Leboutte.

Conheça as atribuições do Ministério das Cidades:

a) política de desenvolvimento urbano;
b) políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, transporte urbano e trânsito;
c) promoção, em articulação com as diversas esferas de governo, com o setor privado e organizações não-governamentais, de ações e programas de urbanização, de habitação, de saneamento básico e ambiental, transporte urbano, trânsito e desenvolvimento urbano;
d) política de subsídio à habitação popular, saneamento e transporte urbano;
e) planejamento, regulação, normatização e gestão da aplicação de recursos em políticas de desenvolvimento urbano, urbanização, habitação, saneamento básico e ambiental, transporte urbano e trânsito;
f) participação na formulação das diretrizes gerais para conservação dos sistemas urbanos de água, bem assim para a adoção de bacias hidrográficas como unidades básicas do planejamento e gestão do saneamento;

Saiba mais sobre a Incubadora de Cooperativas da UFRJ no site