A Escola de Comunicação da UFRJ é uma das mais conceituadas do país, com uma estimativa de mil alunos matriculados, conferindo a cerca de 80 alunos por ano o título de Bacharel. Possui um corpo docente formado por 68 professores e oferece uma variedade de atividades extracurriculares, como cursos, eventos, uma galeria de exposições e uma grande produção de publicações. Equipada com laboratórios de editoração, fotografia, rádio e televisão, a Escola conta ainda com núcleos de pesquisa, promovendo uma integração da graduação e da pós-graduação através de seus bolsistas.
A ECO foi instalada como unidade autônoma em 4 de março de 1968, no antigo prédio do Instituto de Eletrotécnica, na Praça da República, 22, com corpo docente oriundo do curso de jornalismo da Faculdade Nacional de Filosofia. Para comemorar os 35 anos completados neste ano de 2003, a ECO estará realizando no dia 26 de setembro, sexta-feira, um ciclo de palestras com temas relacionados à Comunicação.
O evento, que acontecerá a partir das 9h no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura, Campus da Praia Vermelha, contará com a presença de alguns profissionais renomados dentro da área. Um dos convidados para participar do evento é Ricardo Noblat, editor-chefe do jornal “A Tarde” de Salvador. O jornalista falará sobre o tema interesses econômicos e poder político e pretende fazer um paralelo entre o que ele chama de “velha censura” e “nova censura”.
O que Noblat vai querer mostrar é que, apesar de não ser tão escancarada e ao contrário do que muitos pensam, ainda existe censura nos meios de comunicação do Brasil. Para ele, a “velha censura” tem a ver com a censura direta, explícita, assumidamente violenta empregada sempre por governos e regimes autoritários. Foi esse tipo de censura que o Brasil experimentou, por exemplo, a partir do golpe militar de 64, que deu origem a uma ditadura aberta com o AI-5 de dezembro de 1968.
A “nova censura” é mais sutil, apesar de tão ou mais eficiente do que a “velha”. Na opinião de Ricardo, a “nova censura” não é inteiramente nova, alguns dos seus componentes – por exemplo: a força do poder econômico – atuam há muito tempo e interferem diretamente na linha editorial dos veículos de comunicação.
No entanto, o perigo se encontra em componentes desta “nova censura” que são mais recentes e que se sofisticam cada vez mais, por isso contribuem fortemente para castrar a liberdade dos meios de comunicação. “Assessorias de imprensa, serviços de Relações Públicas, aparelhos de marketing político e, principalmente, a formação de grandes conglomerados de comunicação são componentes do que qualifico de ‘Nova Censura’. Eles estão hoje para o jornalismo que se deseja livre e cidadão como a ‘Velha Censura’ esteve no passado”, argumenta o jornalista.
Quem quiser saber mais sobre este assunto e outros tais como a função social na comunicação pública e lead, imprensa industrial e ensino não pode perder o evento comemorativo dos 35 anos da Escola de Comunicação da UFRJ. Maiores informações, acesse o site www.eco.ufrj.br.
Programação:
9h – Abertura
Magnífico Reitor Prof. Aloísio Teixeira
– Relações com os interesses econômicos e o poder político
Ricardo Noblat,
Editor-chefe do jornal “A Tarde” de Salvador
10h – A função social na comunicação pública
Marco Antônio Coelho,
Editor de jornalismo da TV Cultura / SP
10h30 – Homenagem a Dalton Jobin, criador do curso de jornalismo na UFRJ
– Lead, imprensa industrial e ensino
Prof. do Instituto Metodista de SP, Dr. José Marques de Melo
11h – Debate