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Incubando idéias, gerando empregos e conhecimento.

Incubadora da Coppe/UFRJ tem 14 empresas residentes e 18 graduadas. São empresas de ponta na área tecnológica, que geram 350 empregos diretos e faturam, juntas, R$ 20 milhões por ano. Os sócios das empresas são, na maioria, alunos e ex-alunos da Universidade.

agencia786T.jpgQuando se fala em empreendedorismo, lembra-se logo de uma grande idéia capaz de atrair a atenção de muita gente. O empreendedor é o sujeito que trabalha duro, acorda cedo, dorme tarde e sonha com o sucesso da sua empresa. Mas nem só de sonhos ele vive. É preciso colocar o pé no chão, aprender um pouco de marketing e ter noção das deficiências que um negócio pode ter. Esse conhecimento e consciência pode evitar que o empreendimento se torne um fracasso. Na UFRJ, alunos que têm grandes idéias na área tecnológica podem contar com o apoio da incubadora de empresas da Coppe e montar suas empresas. Uma vez incubadas, contam com assessorias de marketing, finanças, jurídica e de imprensa. E para ter idéia de como a incubadora apresenta bons resultados, desde o ano de sua criação, em 1994, 32 empresas foram incubadas e o faturamento em 2003 foi de R$ 15,5 milhões. Atualmente são 14 empresas residentes que geram 350 empregos diretos. A estimativa é de que em 2003, sejam gerados R$ 20 milhões nesta que é considerada uma das melhores incubadoras de empresas do país.
As empresas desenvolvidas na incubadora são do perfil tecnológico: petróleo, energia, meio ambiente, tecnologia da informação e design. Para serem incubadas as empresas passam por entrevistas. A administração da incubadora avalia se o negócio é viável financeiramente. Se forem aprovadas, são incorporadas à sede da incubadora, no capus da Ilha do Fundão. Além disso, e o mais importante, passam a usar a marca UFRJ. “A chancela da marca UFRJ dá confiança ao cliente. Essa é a maior vantagem da incubadora para nós que estamos começando”, diz Yuri Gomes, sócio da empresa XC Tecnologia, especializada no desenvolvimento de polímeros para a exploração de petróleo, recém-chegada à incubadora e que tem planos de faturar R$ 100 mil este ano.
As empresas podem ficar até três anos incubadas. Pagam cerca de R$ 700 por mês para bancar as despesas com as assessorias e taxas. Nada mal se comparado ao aluguel de uma sala comercial no Centro da cidade.
A incubadora também pode servir para que a Universidade mantenha no seu campus os talentos humanos que gerou. Na empresa Visagio, por exemplo, que trabalha com consultoria e treinamento em gestão de operações, todos os sócios foram formados em Engenharia de Produção pela UFRJ. São cinco rapazes que rejeitaram propostas de emprego de empresas como Eletrobrás, Petrobrás e Basf, onde ganhariam R$ 4 mil por mês, para investirem no sonho de abrir seu próprio negócio. “É como o comercial… trabalhar numa grande empresa: R$ 5 mil. Ter seu próprio negócio: não tem preço”, explica Caio Fiuza, um dos sócios.
A Visagio tem como clientes grandes empresas públicas e privadas, como a Agência Nacional de Saúde e a Souza Cruz, e agora se prepara para prestar consultoria à pequenas empresas. Esse novo desafio fez com que os sócios decidissem abrir vagas para dois estagiários de graduação, que ganharão uma bolsa de R$ 650 por mês. A empresa espera faturar R$ 200 mil até o final do ano.
A gerente da incubadora, Regina Fátima Faria, ressalta a importância desses jovens empreendedores terem o suporte da incubadora: “No Brasil, no geral, a cada dez pequenas empresas que são criadas, oito vão à falência. Quando as empresas são incubadas, a cada dez criadas, oito sobrevivem”. Na Coppe, das 32 empresas que passaram por lá, apenas três não deram certo.
Os bons resultados da incubadora da Coppe fazem com que seus administradores queiram duplicar sua capacidade. Isso acontecerá até o final do ano, quando a incubadora se transferir fisicamente para o Parque Tecnológico da UFRJ, projeto coordenado por Maurício Guedes, que também é coordenador da incubadora desde 1994, ano de sua criação. O objetivo da transferência é ter estrutura para abrigar 25 empresas residentes.
A incubadora abre vagas para novos projetos sempre que uma empresa residente se torna graduada. É divulgado um edital para as inscrições e a avaliação começa. A afirmação de Elizabete Lucas, sócia da XC Tecnologia, incentiva quem deseja abrir sua empresa na Coppe: “se acreditaram na gente é porque temos algo de bom a mostrar”, diz.
No Brasil, são 250 incubadoras de empresa. As principais são ligadas às universidades. São divididas em duas categorias: incubadoras temáticas, como a área de design, e incubadoras de revitalização econômicas, como as de petróleo.
Na UFRJ, cerca de 80% das empresas da incubadora são de alunos ou ex-alunos da instituição. Em uma delas, há 55 funcionários, sendo que pelo menos 10 são doutorandos da Universidade, que produzem conhecimento de ponta, geram produtos e serviços e integram o mundo acadêmico à população através de soluções criativas e importantes para a sociedade.