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Nota à Comunidade da UFRJ sobre Pneumonia Asiática

O Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde têm se mobilizado para lidar com a epidemia de pneumonia asiática na eventualidade de sua chegada ao Brasil. A Comissão do CCS e a Direção do HUCFF estarão envidando esforços junto à Reitoria da UFRJ e ao Ministério da Saúde no sentido de prover um fluxo constante dos materiais necessários para o atendimento aos pacientes, assim como de equipar os quartos de isolamento para que possam atender adequadamente aos pacientes.

Tem sido amplamente noticiado pelos órgãos de informação o surgimento de uma nova epidemia, a Pneumonia Asiática ou Síndrome Aguda Respiratória Grave. O surto se iniciou em fevereiro deste ano no sul da China e rapidamente se propagou para Hong Kong. Desde então, mais de 3.000 casos haviam sido notificados em 23 países até o dia 14 de abril, com cerca de 140 mortes. Todos os casos tinham história de contato nas áreas epidêmicas ou de contato secundário com pacientes portadores da infecção. As duas revistas médicas mais importantes do mundo relataram nos últimos dias o isolamento de uma nova forma de Coronavírus como o responsável pela pneumonia. As formas já conhecidas do Coronavírus são responsáveis, entre outras doenças, por alguns tipos de gripe. A forma mutante da Pneumonia Asiática é inteiramente nova e ninguém tem anticorpos contra ela. Justamente por isto, a infecção se alastra rapidamente e pode ser muito grave. Muitos dos que adoeceram eram profissionais de saúde que cuidavam dos primeiros pacientes sem medidas de proteção. As formas de transmissão ainda não estão totalmente esclarecidas, mas supõe-se que a via aérea seja a mais importante. O órgão mais afetado é o pulmão, que pode sofrer uma forma de pneumonia extensa, resultando em insuficiência respiratória. Não há ainda tratamento específico para esta forma de vírus.

Desde final de março o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde têm se mobilizado para lidar com a epidemia na eventualidade de sua chegada ao Brasil. O HUCFF foi designado como hospital de referência para atendimento a possíveis casos, juntamente com o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas, da FIOCRUZ e o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião. O Laboratório de Vírus Respiratórios da FIOCRUZ foi designado como referência para diagnóstico. Já houve relato no Brasil de três possíveis casos, todos em pessoas recém-chegadas das áreas afetadas. Não houve até o dia 13 de abril nenhum caso autóctone no Brasil. No entanto, dado o desconhecimento das formas de transmissão, é bastante provável que surjam casos novos no Brasil. Para enfrentar esta emergência sanitária, o Decano do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ designou na sexta-feira, dia 11 de abril de 2003, uma comissão para coordenar as atividades de contenção da epidemia. Tal comissão conta com membros de todos os setores diretamente envolvidos no atendimento aos possíveis casos, assim como de áreas da UFRJ que possam contribuir para a compreensão da dinâmica da epidemia em nosso meio. A primeira medida implantada pelo HUCFF, com o apoio do IDT, foi a elaboração de uma lista de procedimentos para atendimento adequado aos pacientes e proteção à equipe de saúde. A Comissão do CCS e a Direção do HUCFF estarão envidando esforços junto à Reitoria da UFRJ e ao Ministério da Saúde no sentido de prover um fluxo constante dos materiais necessários para o atendimento aos pacientes, assim como de equipar os quartos de isolamento para que possam atender adequadamente aos pacientes.

É fundamental que neste momento toda a comunidade da UFRJ se mantenha informada, de modo a participar positivamente do esforço contra a nova epidemia.