Todos sentimos uma grande tristeza quando soubemos que o nosso estimado Reitor, Carlos Lessa, teria que deixar o cargo para assumir uma função no Governo Federal, a pedido do Presidente Lula. Tristeza e, ao mesmo tempo, contentamento. De fato, trata-se, também, de um tributo e uma homenagem à UFRJ ver seu principal dirigente transferido para uma missão de alta responsabilidade no Governo e no Estado – uma missão que, claramente, está à altura de sua competência e de sua vontade de fazer. Lessa, como todos sabemos, foi o ponto de referência e de equilíbrio para que conquistássemos a extraordinária vitória nas eleições universitárias do ano passado. Sob sua liderança, começamos a aplicar o nosso programa de campanha com todo empenho e dedicação. Neste período inicial, como o próprio Professor Lessa recordou na sua prestação de contas, foram implementados mais de 80 projetos em praticamente todas as unidades da UFRJ. Mais do que obras físicas, recuperou-se a auto-estima da instituição.
Este é um trabalho de equipe, como bem frisou o Prof. Lessa, devendo, portanto, ter plena continuidade. Sua saída é lamentável, tendo em vista seu carisma único e sua liderança. Contudo, sua equipe, com mudanças mínimas ditadas por conveniências administrativas, saberá manter aceso o espírito de fazer o que nos foi legado pelo Reitor. Vamos cumprir rigorosamente o programa e as promessas de campanha.
Temos certeza de que poderemos levar avante, se formos persistentes e se superarmos pequenas divergências episódicas, a missão de resgatar a UFRJ do período de autoritarismo e obscurantismo da gestão passada. Entretanto, como o próprio Lessa acentuou, não vamos ficar olhando para trás. O futuro está na frente. É no futuro que devemos investir com todas as nossas forças e, no que diz respeito aos dirigentes, com toda a nossa vontade política. O Prof. Lessa traçou os rumos. Vamos segui-lo, acrescentando apenas o que for rigorosamente necessário para o complexo êxito de nossa empreitada.
Daremos prioridade aos projetos que estão em andamento e àqueles que estavam para serem iniciados. Manteremos toda a equipe, com remanejamentos mínimos e indispensáveis. Pessoalmente, não deixarei cair o bastão neste meu período de interinidade. Tudo deverá acontecer como se o Prof. Lessa estivesse aqui. Aliás, ele estará, em espírito. Na presidência do BNDES, será um ponto de apoio inestimável para os projetos que concebemos de construção e reconstrução física do campus do Fundão e de outros campi. Não perderemos essa oportunidade de acesso ao Governo – sobretudo ao Governo democrático e desenvolvimentista que acaba de assumir.
A Universidade continuará funcionando normalmente, sem prejuízo das atividades acadêmicas e administrativas, e a Reitoria aberta a todos de formas democrática e transparente. A porta que separava a reitoria do mundo jamais será restabelecida. Transformada em obra de arte, será o símbolo de nosso compromisso de continuidade de realização do programa e dos sonhos da gestão Lessa.
Sérgio Fracalanzza, reitor em exercício