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Os cerca de 100 professores eméritos da UFRJ terão agora como referência o Gabinete dos Eméritos, criado pelo reitor Carlos Lessa e dirigido pela professora Cristina Ayoub Riche.

A última reunião aconteceu no dia 23 de setembro, na presença de alguns eméritos no Salão do Conselho Universitário que ouviram do reitor Carlos Lessa sobre a importância dada pela Universidade a esses intelectuais, por considerar que “o Brasil tem que revisitar o passado para construir o futuro. Quero contar com a participação de todos no envio de projetos e propostas para a reconstrução da nossa Universidade”, afirmou o prof. Lessa no discurso de abertura do Gabinete.
Existe um interesse da Universidade em manter um contato permanente com esses professores, por isso eles têm que estar intimamente ligados a todas as atividades da UFRJ e não excluídos. Segundo Cristina Riche, esta é “uma tentativa de resgatar a identidade da Universidade, fazendo com que toda a Comunidade Universitária também se conheça”.
Durante a reunião de abertura foram destacadas algumas atividades previstas para acontecer brevemente, como a inauguração da Galeria dos Professores Eméritos no Salão Nobre do Conselho Universitário e a eleição para a representação dos eméritos (um titular e um suplente) junto ao Conselho Universitário.
Pensa-se também em fazer um Seminário sobre a memória cultural brasileira, em que os professores eméritos terão fundamental importância, trabalhando na elaboração e execução desse trabalho.
Alguns professores presentes destacaram seus trabalhos, como: Helena Parente Cunha, emérita da Faculdade de Letras, e a primeira mulher a assumir a direção daquela Faculdade. Ela vai lançar, em novembro, o romance “Claras manhãs de Barra Clara”, que faz parte da coleção “Anjos de branco”. O exemplar será lançado, inicialmente, em Recife, em 9 de outubro, por ocasião da reunião dos Conselhos Estaduais de Enfermagem, onde a autora fará palestra sobre a obra.
Bella Jozef, também emérita da Faculdade de Letras, estará presente a VI Feira Panamazônica do Livro, em Belém, para uma conferência sobre “O diálogo entre Euclides da Cunha e Mario Vargas Llosa”. A professora também está publicando a 4ª edição de seu livro “História da literatura hispano-americana”, que encontra-se no prelo.

Eulália Maria Lahmeyer Lobo, emérita do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, lançou recentemente o livro “Imigração portuguesa no Brasil”, publicado pelo HUCITEC/SP. A obra relata o período de imigração de 1930, destacando aspectos econômico e cultural entre os dois países, focalizando regiões do Rio de Janeiro e São Paulo.
Eduardo Portella, emérito da Faculdade de Letras, foi o último a ser condecorado pelo reitor Carlos Lessa. “É gratificante ter em minha carreira um reconhecimento por parte da universidade. Este título é, sobretudo, um modo de não deixar o magistério. Sinto-me como alguém que ainda não foi embora”, assinalou Portella em seu discurso quando da entrega do título honorífico.
Marcio Tavares d’Amaral, emérito da Escola de Comunicação, vai estar lançando, em breve, o livro “A arte da guerra – uma filosofia para uso dos homens comuns” . Trata-se da atitude ético-política necessária para impedir o avanço da indiferenciação e da indiferença pós-moderna. “É um manifesto argumentado a favor da vitalidade das estruturas de diferenças na vida, na sociedade e na história”. A obra, em sua parte final, abre caminho para a incorporação do pensamento cristão nesse grande debate sobre a atualidade.
Marcio Tavares é responsável, também, pelo Programa transdisciplinar de estudos Avançados – IDEA, que abriu na ECO em setembro deste ano. Segundo ele, o Programa está voltado para uma linha de pesquisa que visa discutir as formas da transcendência na cultura contemporânea, tendo em vista o avanço das estruturas estritamente tecnológicas de vida e pensamento sobre as quais é preciso lançar um olhar crítico e meditativo que o pensamento pós-moderno teima em considerar ultrapassado.
Edwaldo Machado Cafezeiro, emérito da Faculdade de Letras, também professor da ECO, está aguardando liberação da análise, pela Editora da UFRJ, para edição do segundo volume de “História do teatro brasileiro”, que vai de Anchieta a Nelson Rodrigues. Esta edição traz um segundo volume contando a história de Nelson Rodrigues até os dias de hoje.
Em dezembro, Marcio Tavares d’Amaral e Edwaldo Machado Cafezeiro, em sessão solene do Conselho Universitário, estarão recebendo o título de Professor Emérito dessa Universidade, no Salão Pedro Calmon, no Forum de Ciência e Cultura.