Será realizado amanhã um workshop sobre eficiência energética, que dará o pontapé inicial em um projeto que visa estudar o clima urbano do Rio de Janeiro e buscar soluções para a economia de energia e contra inundações. Focando o bairro do Maracanã, o estudo é uma parceria entre especialistas brasileiros e alemães. O evento é organizado pela professora Ana Maria Brandão, do laboratório de Climatologia e Análise Ambiental do Instituto de Geociências da UFRJ, e terá início às 9h no auditório do NCE na Ilha do Fundão.
O Maracanã é considerado um bairro de passagem, pois recebe um intenso fluxo de veículos e pessoas nos horários de rush, formando ilhas de calor que o tornam um dos lugares mais quentes do Rio. O resultado é um grande número de problemas de saúde causados pela poluição ambiental e sonora. Além disso, as comunidades carentes sofrem com constantes inundações, que trazem doenças como a leptospirose.
O projeto combaterá esses problemas em duas frentes e terá duração de dois anos. No estádio do Maracanã serão instalados equipamentos para medir a qualidade do ar e estudar mudanças climáticas. Segundo Ana Brandão,. um convênio com a Suderj já está praticamente acertado, faltando apenas assinar o contrato. Também será desenvolvido um modelo para estudar as conseqüências das chuvas em diversos tipos de terreno. Com os resultados obtidos, serão estudadas soluções arquitetônicas para as favelas, tentando diminuir as constantes inundações.
Ao mesmo tempo, o projeto irá buscar o engajamento da comunidade do morro da Mangueira, tentando conscientizar os moradores de que soluções simples, como plantar grama nos terrenos ou trocar telhas ajudam bastante. O objetivo é chegar aos poucos a outras favelas da região, como o morro dos Macacos: “Projetos que fazem apenas intervenções arquitetônicas não conscientizam a população sobre esses problemas”, critica a professora Ana Brandão.
O projeto é uma parceria com o Instituto de Tecnologia para os Trópicos, da cidade alemã de Colônia, e vai contar com cinco professores de lá, como os palestrantes Manfred Köhler e Michael Laar. O governo da Alemanha também está contribuindo com 5.000 € para a compra dos primeiros equipamentos.
Já do lado brasileiro serão dez pessoas, entre professores da UFRJ, UFF, PUC-Rio e bolsistas, que vêm trabalhando no planejamento desde o começo do ano. A Capes irá contribuir com as passagens e parte da hospedagem dos professores brasileiros para a Alemanha, onde serão realizadas reuniões sobre o projeto. O workshop “Melhoria da eficiência climático-urbana como estratégia de prevenção contra inundações e economia de energia em cidades tropicais” começa às 9h e termina às 12h30, e é aberto a toda comunidade acadêmica.