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Violência ronda universidades

UFRJ recomenda não andar sozinho

Na Ilha do Fundão, o prefeito da UFRJ, Ivan Pereira de Abreu, reconhece não ter conhecimento de todos os crimes ocorridos dentro da Cidade Universitária:

— Não há como controlar cinco milhões de metros quadrados. Então, colocamos na cabeça dos alunos que eles não podem andar sozinhos, nem andar a pé de um campus para outro.

Há instituições que começam a sentir no bolso o peso da violência. O coordenador pedagógico da Faculdade Hélio Alonso, Nailton Agostinho Maia, viu o número de matrículas em cursos noturnos no semestre passado cair 6% em relação aos outros períodos:

— Toda semana tem um caso. Já registramos 30 assaltos a estudantes apenas este ano nas redondezas. Se nada mudar isso vai provocar uma evasão grande nos cursos noturnos. Não cansamos de fazer apelos ao batalhão da Polícia Militar, mas não tem sido suficiente — lamenta Nailton Maia.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Braz, reconhece o problema das universidades e diz estar pressionando os batalhões para reforçar o efetivo nessas áreas:

— Os marginais vão onde está o dinheiro. Eles sabem que muitos universitários têm celular e carro, é um alvo. Temos apoiado bastante essas instituições, mas é difícil dar segurança a todas elas. Os alunos param carros em locais ermos e algumas faculdades, para complicar, ainda estão localizadas em áreas de risco. Sabemos desses problemas e continuaremos nos esforçando para patrulhar entornos de universidades — disse ele.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), Roberto Dorna, as medidas atuais não são suficientes. Ele pede um plano especial de proteção aos estudantes universitários:

— Os cursos noturnos chamam a atenção dos marginais. A saída seria um reforço planejado do policiamento com profissionais especialmente qualificados para atuar em áreas universitárias.