Entre os dias 21 e 24/10, os campi do Fundão, Duque de Caxias e Macaé da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) receberam a 22ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), cujo tema este ano é “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”.
A programação do evento, aberto à comunidade em geral, segue até o dia 15/11 com atividades promovidas pela UFRJ na Maré, em Manguinhos e na Quinta da Boa Vista. As oficinas, feiras, mostras, experimentos interativos, rodas de conversa e apresentações culturais cumprem o objetivo de levar a ciência para além dos muros da Universidade e promover o diálogo entre conhecimento acadêmico e saberes populares.
Ao longo dos três dias de programação da SNCT na UFRJ, o evento recebeu 82 escolas públicas e privadas e um público formado por 2.623 estudantes e 299 professores só no campus do Fundão. A presença maciça de grupos escolares reforçou o caráter educativo e formativo da iniciativa, aproximando crianças e jovens do ambiente universitário e despertando o interesse pela ciência desde cedo.


Em 2025, a reflexão central é sobre a importância da preservação dos recursos hídricos e o papel da ciência na adaptação às mudanças climáticas, destacando o valor dos saberes tradicionais e da educação ambiental como ferramentas de transformação social. “Queremos ampliar a compreensão de que a ciência não é algo distante, mas parte do cotidiano, e fundamental para enfrentar os impactos das mudanças climáticas em nossos territórios”, destacou Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão da UFRJ, unidade que organiza a realização da SNCT na instituição.
Para a vice-reitora da UFRJ, Cassia Turci, o tema “Planeta Água” dialoga diretamente com os desafios atuais de preservação ambiental e com debates globais que ganharão destaque na COP 30, prevista para o início de novembro, em Belém, no Pará. “A gente sempre fala da universidade com o tripé ensino, pesquisa e extensão. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um grande projeto de extensão universitária. É importante porque a gente traz as crianças, os jovens e os nossos estudantes, que participam ativamente das mostras e dos estandes, para mostrar o que fazemos de melhor, de forma lúdica, para que as crianças se sintam atraídas pela universidade. O papel mais importante da universidade é formar cidadãos, e a gente tem que começar com as crianças, porque só a educação vai mudar este país”, afirmou Cássia, que fez uma visita guiada à SNCT na sexta-feira, 24/10, no Centro de Tecnologia (CT), na Ilha do Fundão.

O pesquisador Victor Roncaglia, do Laboratório de Biologia Estrutural de Vírus (Labev) do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM/UFRJ), integrou a equipe do estande “O doutor disse que é virose”, coordenado pelos docentes Andréa Cheble de Oliveira e André Marco de Oliveira Gomes, e que atraiu a atenção dos visitantes da SNCT. Para ele, falar sobre vírus e vacinação é especialmente importante em um momento marcado pela desinformação e pela queda nas taxas de imunização no país.
“Principalmente em 2025, no contexto que a gente vive depois de tudo o que passamos durante a pandemia, é fundamental falar sobre isso com as nossas crianças. Infelizmente, temos visto até exemplos de aversão à vacina, muito por causa do bombardeio de desinformação que as redes sociais e grupos políticos trouxeram. Por isso, é essencial conscientizar sobre o que são os vírus e a importância da vacinação, que é um mecanismo simples, rápido e relativamente barato de combater doenças e garantir uma saúde de qualidade para todos”, argumentou Victor.

Entre os visitantes da SNCT, estavam os alunos do 4º ano da Escola Municipal João de Deus, encantados com as atividades e apresentações no campus. Ayodele se emocionou ao ver a representação de Iemanjá pela Companhia Folclórica do Rio, da UFRJ. “Eu gostei muito de Iemanjá porque é da minha religião. Eu gosto muito das coisas de matriz africana. Acho muito lindo, muito bonito, muito legal”, contou. A colega Maria Eduarda compartilhou o mesmo entusiasmo. “Eu gostei de várias coisas, mas também gostei muito de Iemanjá. É da minha religião. E gostei também porque está ajudando a gente a aprender sobre o mar, a não jogar lixo nele”, disse. Já o amigo Anderson se encantou com os experimentos científicos. “Eu gostei das atividades e dos experimentos. Aprendi que não se deve jogar lixo no chão e no mar. Principalmente na rua, porque pega vento, aí entope os bueiros e a sujeira vai para o mar”, explicou.


Sobre a SNCT
Criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2004, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um dos maiores movimentos de popularização científica do país. Em cada edição, a UFRJ reafirma seu compromisso com uma ciência aberta, participativa e conectada às realidades do território.
A SNCT UFRJ é organizada pela Pró-Reitoria de Extensão (PR-5) da Universidade e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Prefeitura Universitária da UFRJ.
Cronograma e locais de realização
Campi Fundão e Duque de Caxias: de 22 a 24/10;
CM Macaé: 21 e 22/10;
Nupem (Macaé): 23 e 24/10;
SNCT Territórios ‒ Maré: 29/10;
SNCT Territórios ‒ Manguinhos: 30/10;
Festival da Ciência pelo Clima ‒ Quinta da Boa Vista: 14 e 15/11.
Acesso ao evento
Entrada franca para indivíduos e grupos pequenos.
Inscrições encerradas para turmas escolares.
