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Parceria entre UFRJ e startup suíça especializada em inteligência artificial na análise de obras de arte 

Escola de Belas Artes da Universidade recebeu a equipe na Cidade Universitária para a realização de workshops sobre captação de fotografias multiespectrais

Entre os dias 15 e 16/5, a Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ) recebeu a equipe da Matis (Monitoring Art with Technology, Innovation and Science), startup suíça especializada em imagens multiespectrais avançadas e inteligência artificial, na Cidade Universitária. A empresa desenvolveu uma nova tecnologia para a captação de fotografias multiespectrais e ofereceu uma capacitação sobre o tema para alunos da EBA e profissionais externos à UFRJ. Financiado pela agência de inovação Swissnex, o evento contou com dois dias de imersão nas novas tecnologias desenvolvidas pela empresa, por meio de dois workshops.

O primeiro dia foi direcionado para os alunos da EBA. Foram realizadas análises de obras do Museu D. João VI – museu universitário da Escola de Belas Artes que tem em seu acervo produções da Academia Imperial de Belas Artes, da Escola Nacional de Belas Artes e parte da história recente da EBA/UFRJ, além de doações de colecionadores. Segundo Daniel Lima Marques de Aguiar, professor do curso de Conservação e Restauração, a ideia do workshop era “transmitir para os estudantes da UFRJ em primeira mão essa tecnologia nascente”.

Já o segundo dia foi direcionado para profissionais do mercado de artes, analisando obras da Casa Museu Eva Klabin. Estiveram presentes representantes do Museu Nacional de Belas Artes, do Museu Nacional da UFRJ, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), além de profissionais da UFMG e também conservadores e restauradores privados.

De acordo com Daniel, as fotografias multiespectrais são formas de coletar dados. O professor destaca que é o “uso da fotografia do ponto de vista analítico”. Ele afirma que a tecnologia possibilita que a fotografia seja utilizada para poder enxergar em uma pintura coisas que os nossos olhos nus não conseguem ver. 

“O que a gente faz com as fotografias multiespectrais é extrair dados de uma fotografia que os nossos próprios olhos não conseguem ver. Temos acesso à identificação de alguns materiais. A gente consegue ver todos os restauros que foram feitos numa pintura anteriormente, então conseguimos identificar o que é original e o que não é original da pintura. A gente tem acesso ao desenho que o artista fez e está coberto por tinta”, explica Daniel. 

Essas informações são importantes para o trabalho dos conservadores e restauradores porque ajudam a entender a história da obra e a sua autenticidade. No mercado de arte em geral, as fotografias multiespectrais estão associadas a um estudo minucioso e científico dessas obras para diversas questões, seja para estudos de proveniência, de autenticação ou até mesmo para a história da arte.

O evento foi organizado pelo Museu D. João VI, por meio dos professores Daniel, já citado aqui, e Humberto Farias de Carvalho, também do curso de Conservação e Restauração da EBA.