O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou um ato, na reunião de quinta-feira, 14/11, em desagravo aos cortes orçamentários que a Universidade vem sofrendo nos últimos anos e à recente interrupção no fornecimento de energia elétrica e água implementada pelas concessionárias. Em ato conjunto das representações discente, docente e dos servidores técnico-administrativos no Consuni, a comunidade acadêmica manifestou preocupação com o desrespeito à autonomia universitária e ao papel estratégico e essencial da Universidade na sociedade brasileira.
A partir de uma pauta apresentada pela bancada dos alunos e dos técnicos-administrativos, o Conselho aprovou o encerramento da sessão para a realização do ato em defesa da Universidade.“Entendo a importância do Consuni, mas entendo também a gravidade da situação que a Universidade está vivendo com os cortes. A gente tem que fazer uma ação unitária”, convocou Isadora Francisco, conselheira representante do segmento discente. “Não podemos mais caminhar em caminhos opostos. Precisamos de todo o conjunto da Universidade unificado em defesa da instituição”, completou Enderson Ramon, também representante dos estudantes de graduação.
Fizeram parte do movimento representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj), da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj), do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Mário Prata e da Associação de Pós-Graduandas/os/es da Universidade Federal do Rio de Janeiro (APG/UFRJ).
O ato simbólico serviu para reforçar a união de todos os setores que compõem o corpo social da instituição, reforçando que, a despeito de divergências que possam haver no cotidiano, a defesa da universidade pública, gratuita e de excelência é uma demanda maior, na qual toda a comunidade acadêmica deve se engajar.
“Atribuo que a vitória que obtivemos foi fruto da luta unificada da Universidade Federal do Rio de Janeiro envolvendo as entidades representativas, a Reitoria e todos os nossos setores. Isso demonstra que teremos que continuar nessa linha, independente de quem estiver na Reitoria. Foi esse espírito unitário e a repercussão na mídia que ajudaram muito na decisão exarada pelo desembargador no TRF-2”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.
Retorno
Decisão do Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2) determinou a religação da energia elétrica no campus. O desembargador Alcides Martins decidiu que a concessionária “se abstenha de interromper o fornecimento de energia nas instalações” da UFRJ e faça o religamento imediato nas instalações que sofreram corte de luz. A decisão levou em consideração o caráter essencial das atividades acadêmicas e de assistência oferecidas pela Universidade.
Após negociações, a companhia de água e saneamento religou o fornecimento do Restaurante Universitário (RU) e da residência estudantil. No fim da tarde de quinta-feira, 14/11, Reitoria e Prefeitura Universitária (PU) continuavam sem água.